Organizações não podem mais evitar. Pressionar o botão de pausa no que se refere à requalificação da força de trabalho não é uma opção: o momento pertence à aprendizagem digital. 

À medida que empresas em todo o mundo adiam e cancelam ações presenciais em resposta ao Coronavírus, a educação corporativa presencial se torna uma das atividades mais atingidas, acelerando a transição para o desenvolvimento virtual. 

Neste artigo, trago alguns insights sobre a nova necessidade do mercado, que busca por profissionais preparados para a nova era da aprendizagem digital, e trago 6 princípios para te ajudar a responder aos desafios dessa transição tão complexa e urgente!

A pressão pela reinvenção aumenta

E depois? Essa é a pergunta que grande parte do mundo está fazendo. Estamos diante de um futuro que não é o que pensávamos que seria e desconhecemos os próximos passos para o novo normal.

O que justifica isso é o atual cenário de crise, que nos colocou quebras importantes de paradigma e acelerou processos importantes em resposta à realidade de isolamento. Nas últimas semanas, tivemos um considerável aumento no volume de buscas por treinamentos online. 

Segundo o Google Trends Brasil, o volume de buscas por treinamentos online deu um salto de 63% em relação à média de períodos anteriores. 

A verdade é que esse cenário já vinha sendo profetizado. A McKinsey já havia constatado em 2017 que 14% da força de trabalho teria que adquirir novas habilidades e competências até 2030!

Migramos para um conjunto de habilidades diferentes de tudo o que já vimos e, dentro desse contexto, dois termos essenciais são: reskilling e upskilling

O reskilling sugere o desenvolvimento de novas competências essenciais, ou seja, aprender algo novo. Para isso, devemos reconhecer o que é importante dentro de novas habilidades e criar jornadas personalizadas que ajudem as pessoas a desenvolverem rapidamente estes gaps

Já o upskilling pressupõe uma atualização de competências existentes, mas que devem ser adaptadas para um novo cenário.  

Em um momento de verdadeira transformação corporativa, as organizações não podem simplesmente pressionar o botão de pausa no aprendizado. Novas habilidades são necessárias para o futuro dos negócios, e a requalificação é urgente.  

Em resposta a isso, a aprendizagem digital é fortalecida e acelerada, o que requer profissionais preparados. 

O novo papel do facilitador digital

Os programas de aprendizado digital e virtual já estavam em ascensão antes do COVID-19, e percebemos que essas ações serão mantidas a longo prazo, no novo mercado pós-Coronavírus. 

Mas uma aprendizagem que crie valor exige profissionais preparados para adaptar programas e expandir ações de desenvolvimento de forma virtual. 

O grande papel do facilitador é ser um guardião da cultura da aprendizagem. Agora, mais do que nunca, deixamos a figura de “sábio no palco” para sermos um “guia ao lado”.

Isso nos leva a refletir sobre nossos arquétipos no momento em que estamos conduzindo uma experiência de aprendizado positiva, gerando conexão e colaboração. O novo profissional em destaque caminha para uma postura mais de apoio.

Para mudar esse papel, antes precisamos mudar o que a gente pensa, e isso envolve deixar o paradigma da aprendizagem tradicional.

A perspectiva com a qual fomos formados na pedagogia convencional é muito focada em um professor que transfere a informação, enquanto alunos recebem a informação de forma passiva. 

Mas em um mundo globalizado e virtual, onde o conhecimento está disponível na palma das mãos, essa perspectiva não faz mais tanto sentido, não é mesmo?

No lugar desse olhar, o facilitador digital deve ser um guia que conduz o conhecimento para a prática. Ele permite que o aluno escolha seu caminho, fomentando a troca de experiências e interação. 

4 competências essenciais para o novo paradigma

Antes de falar sobre os 6 princípios da aprendizagem digital, quero explorar 4 competências essenciais para que você deixe de lado o paradigma tradicional e se torne um verdadeiro facilitador digital:

1. Comunicação digital

A habilidade e curiosidade de operar e se comunicar em um ambiente 100% digital 

Você deve estar confortável com o ambiente de trocas digitais, sendo um verdadeiro curioso sobre como usar novas ferramentas que enriquecerão sua apresentação e a construção do conhecimento. 

2. Prontidão cognitiva

A capacidade de estar no presente, percebendo e impulsionando o redesenho e a inovação

Fomos muito acostumados a um raciocínio crítico, vendo o que deu certo antes e antecipando novos passos. Mas, especialmente agora, estamos vivendo cenários muito mais incertos, que exigem de nós uma cognição mais ágil.

Para isso, precisamos estar mais atentos ao contexto do presente para sermos mais inovadores e trazermos alternativas rápidas. 

Isso é muito importante no digital, porque temos situações não-verbais mais recorrentes. Com esse olhar, você consegue gerar uma experiência mais positiva, estando atento a pequenos detalhes que farão toda a diferença para as pessoas. 

3. Competências sociais e emocionais

As skills que promovem a proximidade e a colaboração

Você deve estar em uma posição mais vulnerável, aceitando que você não sabe tudo! Para isso, escutar os outros de forma ativa é essencial. Esse conforto com a vulnerabilidade é importante para gerar trocar verdadeiras, relações de confiança e conexão com o conteúdo.

4. Aprender, desaprender e reaprender

A atitude de estar pronto para nunca estar pronto

A necessidade de reinvenção nunca foi tão latente, e isso não diz respeito apenas aos tempos de Coronavírus. Em um mundo cada vez mais ágil, ser capaz de aprender e reaprender é uma competência-chave para se reinventar em um mercado dinâmico.

6 princípios da aprendizagem digital

Não adianta insistir: você não será mais inteligente do que o YouTube! O conhecimento está muito rico e disponível. A sua aptidão enquanto facilitador será como você adapta o conhecimento de acordo com a realidade de cada um, desafiando modelos mentais!

Mais do que nunca, devemos abrir mão da necessidade de sermos os detentores do conhecimento. Essa pode ser uma proposta muito sedutora, mas irreal diante do tamanho acesso à informação do mundo moderno.

Para fazer essa transição, precisamos acreditar em coisas diferentes e mudar o mindset convencional no que diz respeito ao desenvolvimento. 

A seguir, trago 6 princípios da aprendizagem digital que podem te ajudar a ser o profissional que o mercado está procurando:


1. Mudança contínua

O aprendizado continuará a mudar constantemente. Então, você deve estar aberto a se reinventar e mudar também. Analisar o cenário e ver o que pode ser diferente é essencial. 

2. Vieses digitais

Muitas pessoas ainda demonstram resistência em relação ao universo do treinamento digital. Manter o status quo é mais fácil para muitos, que acabam se colocando contra a necessidade desse novo olhar digital. 

O facilitador não apenas entrega e constrói as ações, mas também provoca experimentações que surpreendem as pessoas mais resistentes.

3. Transferência de conhecimento

A transição do presencial para o virtual exige um olhar diferente em relação a conteúdo, duração, design instrucional e entrega. 

Diante de uma tela, temos mais distrações e um nível de energia que fisicamente nos cansa mais rápido. Também lidamos com algo diferente, que é o desafio da interação não-verbal, muito utilizada nas ações presenciais. Leve isso em consideração. 

4. Jornada híbrida e personalizada

Mais que nunca a jornada é mais importante que o destino, e quem decide para onde ir é o participante. Por isso, é importante criar uma jornada onde o participante possa escolher o caminho que que quer percorrer em seu processo individual de aprendizagem. 

Isso também ajuda a criar uma rede de suporte depois, porque as pessoas podem testar o conhecimento na prática e retornar com dúvidas em um processo de mentoria, por exemplo.

5. Engajamento virtual

Geralmente, esse é um dos maiores desafios: manter as pessoas atentas à experiência digital. Em relação a isso, costumo dizer que “interação elimina distração”. 

Construir momentos de interação entre as pessoas gera muito engajamento e ajuda a fixar o conteúdo, trocar experiências válidas e solucionar problemas.

6. Dedômetro

Permita que as pessoas deem feedbacks ao longo do processo, ajudando a construir a trilha de aprendizagem ideal, de acordo com o que elas estão experimentando. 

Preparado para ser um verdadeiro facilitador digital?

O mundo está se transformando e a educação online já é uma realidade. Neste exato momento, empresas e pessoas estão se adaptando, experimentando o digital em diversas áreas e visualizando a tecnologia como uma grande aliada. 

Acredito que, ao longo deste artigo, você tenha percebido que existe agora um leque de novas oportunidades de mercado para profissionais preparados para conduzir treinamentos online eficazes e inovadores.

Profissionais capazes de conduzir processos de desenvolvimento online de forma verdadeiramente transformadora são um destaque e tanto em um mercado que está em máxima expansão! 

Por outro lado, negligenciar isso é estar atrasado e obsoleto frente ao novo normal.

Diante dessa nova realidade, como você pode se preparar o mais rápido possível para criar ações de aprendizagem que realmente façam a diferença no dia a dia das empresas?

Nós, da Crescimentum, sabemos que esse pode ser um desafio. Quebrar paradigmas de aprendizagem tradicionais e se adaptar a um novo momento da educação corporativa pode ser complexo a princípio. 

Por isso, desenvolvemos a Formação em Aprendizagem e Facilitação Digital. Essa é uma formação completa para capacitar você para conduzir encontros, treinamentos, aulas, reuniões ou mesmo apresentações online, de modo impactante, claro e assertivo.

Saiba mais sobre essa formação e conte conosco para se tornar um profissional preparado para atuar no novo normal!

 

Por Dan Porto, sócio-diretor da Crescimentum