Por Renato Curi, sócio-diretor da Crescimentum
Resiliência: uma das maiores lições que aprendi sobre essa habilidade foi com a antiga civilização Inca!
Aprendendo com os Incas: resiliência!
Uma das experiências mais marcantes que já vivi foi visitar os solos sagrados desse povo. O auge da viagem foi após três dias de caminhada quando, finalmente, cheguei ao santuário de Machu Picchu.
Fiquei maravilhado pela sabedoria que envolveu essa civilização. Admirei as construções antissísmicas, o perfeito alinhamento das pedras que pesavam toneladas e os cálculos do calendário solar.
Fiquei fascinado com o canal de irrigação subterrâneo, os experimentos para o cultivo de batata em diferentes altitudes e outros feitos dos Incas em pleno século XII.
Durante a caminhada aproveitei a presença de uma guia turística descendente dessa civilização e compartilhei uma grande dúvida:
O que fez dos Incas uma civilização tão evoluída quando comparada aos índios brasileiros, que habitavam nosso país, possivelmente na mesma época?
A resposta me surpreendeu pela sua simplicidade e sabedoria:
Os índios brasileiros viviam numa temperatura e altitude agradáveis, com abundância de alimentos e medicamentos. Os Incas viviam em regiões altas e íngremes, sob baixas temperaturas, de solo pobre para plantio e com ocorrência de terremotos. Quando o ser humano é desafiado e sua sobrevivência está em jogo, ele se adapta de acordo com a necessidade. O ambiente adverso fez os Incas irem mais longe!
Para mim ficou claro que, ao se defrontar com um problema, o ser humano tem capacidade de expandir sua mente em busca da solução: isso é chamado de resiliência!
De fato, comecei a refletir sobre a história de vida dos participantes dos treinamentos que ministro, nos clientes de Coaching e na minha própria vida.
Recordei que, nos momentos difíceis, de grande desafio, veio a superação dos próprios limites e de modelos mentais.
Recordei a história de um profissional que, aos 18 anos, trabalhava cortando cana em uma usina e, cinco anos depois, assumiu um cargo de liderança no mundo corporativo, além de ter se tornado professor.
Além desse, existem inúmeros exemplos de atletas brasileiros, especialmente os paraolímpicos, cuja determinação excedeu os enormes desafios!
O profissional que ouviu que não seria líder, debruçou-se em livros, fez diversos cursos de liderança, além de curso de teatro e trabalho voluntário para desenvolver seu relacionamento interpessoal.
O cortador de cana que estudou, passou no vestibular, foi o melhor aluno da sala, tornou-se professor e aprendeu com seus colegas a parte técnica do trabalho.
Na adversidade, enquanto muitos se acomodariam, eles batalharam. Saíram da zona de conforto, do que era conhecido e viveram na busca de seus sonhos.
Claro que a mudança, o desenvolvimento de habilidades e o sucesso vieram acompanhados de certo esforço e desconforto.
Não posso adivinhar qual o seu desafio ou pelo que você luta. Pode ser por uma determinada posição na empresa, para empreender, aprender a tocar um instrumento ou dançar, desenvolver uma habilidade específica, entre outras ambições.
Mas estou certo de que, assim como os Incas desafiaram os limites da sobrevivência e alcançaram outro patamar de evolução, a sua mente irá se expandir em busca das soluções a partir do momento em que você encarar as dificuldades como desafios a serem superados.
Isso envolve disciplina, execução e acima de tudo querer.
Boas conquistas!