Tomar decisões é uma atividade que praticamos diariamente, de uma forma ou de outra. Podemos até mesmo tomar a decisão de não tomar nenhuma decisão. Enfim, não temos como escapar. Por isso a habilidade de tomar decisões eficazes é uma das competências mais importantes que uma pessoa pode desenvolver.
Quando desenvolvemos um modelo bem-sucedido de tomar decisões temos os seguintes ganhos:
- Aumento da segurança e da confiança em um momento de decisão.
- Cada vez mais as decisões passam a ser tomadas de forma rápida.
- Quanto maior a responsabilidade, maior é o impacto das decisões.
- Essencial para momentos de crise.
- Permite maior competitividade no mercado.
- Uma das variáveis que mais se relaciona com o sucesso de executivos é a capacidade de tomar decisões complexas.
Existem quatro grandes tipos de decisões a serem tomadas no nosso dia a dia:
- Decisões intrapessoais ou individuais – são as decisões que só afetam o meu bem estar e o de mais ninguém, como: “ devo dormir mais 40 minutos ou levanto e pratico exercícios?”
- Decisões interpessoais – são as decisões que afetam também o bem estar de outras pessoas, como: “ devo sair pra jantar com a minha esposa ou fico em casa vendo futebol?”
- Decisões de grupo – precisam ser tomadas por grupos de diferentes formas e tamanho.
- Decisões organizacionais – decisões que podem ser tomadas por pessoas ou grupos, mas que impactam as empresas e seus resultados no seu dia a dia.
Independente do tipo de decisão a ser tomada, existem dois grandes aspectos que precisam ser considerados para uma boa escolha: pessoas e processos. Pessoas impactam as decisões por seus estilos e características distintas usadas durante os processos.
Já o processo de tomada de decisão pode ser usado por qualquer pessoa para melhorar o seu resultado. Quando pensamos no fator pessoas, temos que refletir sobre quais as características de um bom tomador de decisão. Pesquisando os melhores autores sobre o tema, gostei muito da lista desenvolvida por Murringhan Mowen em seu livro The art of high stakes decision making.
Segundo o autor as características são:
- Focam no processo e não no resultado;
- Aprendem com a experiência;
- Eles têm diversão em experimentar;
- Têm visão sistêmica;
- Sabem quando delegar/empoderar;
- Eles sabem quando pedir ajuda;
- Eles implementam as decisões com precisão e força.
A primeira característica chama a atenção por ser bem polêmica. Será que eu não deveria focar no resultado para tomar uma decisão melhor? Eu tendo a concordar com o autor. Acredito que uma decisão tomada de forma correta, seguindo um processo organizado, tende ao longo prazo a ter melhores resultados.
Focar somente no resultado pode fazer com que o tomador de decisão pule etapas ou ignore o processo e comprometa a decisão em si. Quanto às outras características não tenho muitos questionamentos. A reflexão que fica
para você leitor é: quais dessas características você já tem desenvolvidas e quais você precisa desenvolver?
Agora que já entendemos as características dos tomadores de decisões eficazes, vamos ao mais importante: o processo. O processo é a chave da eficácia na decisão, pois qualquer pessoa pode tomar uma decisão melhor se ela se propuser a seguir um processo bem desenhado.
Por isso, depois de pesquisar junto aos meus clientes de Coaching, resolvi desenhar um processo que considero muito útil para ajudar qualquer pessoa a tomar decisões melhores. Esse processo divide a decisão em quatro fases:
1. Definição do problema ou da oportunidade
Nessa fase, temos que definir com clareza quais são os objetivos da decisão a ser tomada e os resultados esperados. Parece incrível, mas muitas decisões erradas são tomadas nas
empresas porque as pessoas não conversam sobre isso. É nessa fase também que temos que definir quais serão os critérios utilizados para tomar a decisão, especialmente decisões de grupo. É aqui também que definimos quem participa da decisão e como participar. É uma fase que não pode ser pulada nem eliminada.
2. Discussão
Nesse momento do processo recolhem-se todas as informações necessárias. Baseando-se nas mesmas alternativas, identificam-se três ou quatro para serem analisadas e comparadas. É muito importante buscar sempre mais alternativas antes de seguir em frente. Depois disso precisam ser avaliados riscos e benefícios de cada alternativa para que se possa compará-las.
3. Tomada de Decisão
O fato de uma decisão ser baseada em um processo bem definido não implica em eliminar os fatores emocionais e a intuição do processo. No momento de decidir, tudo deve ser levado em consideração.
4. Implementação
Chegou a hora de avaliar a decisão e implementá-la. Temos um check-list bem simples para avaliar uma decisão, o que ajuda muito na reflexão e pode também melhorar as próximas decisões.
Enfim, vencidas as quatro fases, com certeza teremos uma decisão bem pensada e avaliada. Muitas pessoas acham que não há tempo para seguir um processo como esse no dia a dia das empresas. Eu faria a seguinte pergunta: quanto tempo te custou sua última decisão errada?
Por Arthur Diniz, CEO da Crescimentum