SXSW ou South by Southwest é um dos maiores eventos de inovação do mundo, e aborda temas como tecnologia, tendências de futuro, desenvolvimento humano, música e cinema. 

O festival, que já conta com 35 anos, acontece em Austin, nos Texas, dura 10 dias e reúne mais de 100 países.

Mas esse ano, o evento foi mais especial que o normal: após dois anos, 2022 marcou a volta ao formato presencial desse encontro que atrai pessoas de todo o mundo!

E para aproveitar essa super oportunidade, estive presente e reuni neste artigo os principais insights sobre temas cruciais para você, que quer se atualizar com o que tem de mais atual no mercado. Vamos lá?

1- Ser humano em tempos tecnológicos

Já percebeu que, embora o mundo esteja cada vez mais tecnológico, as habilidades humanas e comportamentais são as mais exigidas neste momento? 

Justamente por isso que essa pauta não ficaria de fora do SXSW! 

Para falar sobre esse tema, o evento contou com palestras incríveis de duas profissionais extraordinárias, Brené Brown e Priya Parker. Dá só uma olhada:

O poder da vulnerabilidade

Referência quando o assunto é vulnerabilidade, Brené Brown apresentou o primeiro capítulo da série que está produzindo em parceria com a HBO Max, onde fala da relação entre a linguagem e as emoções. 

Para responder a pergunta “como podemos cultivar relações significativas com os outros e nós mesmos?”, Brené realizou uma pesquisa extensa com várias pessoas para mapear emoções. 

Ao todo, foram mapeadas 87 emoções. Mas o resultado do experimento chega a ser engraçado: de todas as 87 emoções, somente 3 ganharam destaque: alegria, raiva e tristeza. 

Para Brené, a linguagem é o maior portal que temos para lidar com nossas emoções e, consequentemente, as dos outros. O que tem tudo a ver quando pensamos em um ambiente de trabalho mais empático, saudável e conectado.

Segundo ela, ter acesso à palavra correta para expressar o que estamos sentindo muda nossa maneira de viver a vida. 

“O limite da minha linguagem determina o limite do meu mundo, inclusive o emocional.”

 

Brené Brown. 

Esse é um tema extremamente relevante pensando no mercado hoje, que exige uma abordagem mais humana do que nunca, concorda?

O poder da conexão 

Após dois longos anos de isolamento social e muito trabalho remoto, finalmente podemos nos encontrar cara a cara com as pessoas. Que melhor momento para falarmos sobre conexão do que esse?

Foi justamente por isso que o trabalho de Priya Parker sobre a volta aos encontros presenciais foi tão impactante. Afinal, umas das questões mais pensadas quando o assunto era pós-pandemia era como seriam os reencontros. Reencontro com parentes, amigos e times no trabalho. 

Um dos principais pontos abordados por Priya no SXSW foi sobre como o presencial é mais benéfico para quem está embaixo na hierarquia. 

Isso porque, a forma de promover uma comunicação mais transparente e fluida, independente do nível hierárquico ou cargo, é chave para construção de relações de confiança. 

Não é à toa que uma das grandes dificuldades do trabalho remoto foi justamente a comunicação.

Como aponta uma pesquisa da State of Remote Work 2020, realizada pela Buffer, a comunicação e colaboração foram os maiores desafios relatados por profissionais durante o trabalho remoto.

“O presencial é sobre conexão. Esquecemos o poder da conversa no corredor.” 

 

Priya Parker.

Pare e pense nas seguintes questões:

  • Do que você sentiu mais falta estando longe de colegas do trabalho?
  • Do que você não sentiu falta?
  • O que você criou ou inventou durante esse tempo que foi positivo?

Como aponta a Forbes, embora existam várias maneiras de manter contato com as equipes virtualmente, é difícil sentir as emoções das pessoas, o humor geral ou a energia por uma reunião online.

2- Habilidades da liderança do futuro

Um tema sempre muito importante e que foi abordado por ninguém menos que Reggie Fils-Aimé: liderança!

Ex-presidente e COO da Nintendo, Reggie é um inovador e disruptor, além de ser o primeiro americano e afro-americano a ser presidente da NOA e diretor executivo da NCL. Atualmente, trabalha com desenvolvimento de líderes, trazendo diversas contribuições e insights importantes.

Quando questionado sobre quais as habilidades de um/a líder do futuro, ele elencou 3:

Comunicação verbal, escrita e não verbal

Você pode se perguntar “o que habilidade de comunicação tem a ver com uma boa liderança?”. A resposta, segundo Reggie Fils-Aimé, é: tudo!

Líderes dessa e das próximas gerações precisam compreender que cada vez mais essa habilidade será exigida, principalmente, em um mundo de trabalho híbrido.

“Enquanto eu estava na Nintendo, trabalhei duro em minhas comunicações não verbais. A forma como os negócios eram conduzidos era que algo seria dito em japonês, em seguida, seria traduzido para o inglês. Eu respondia em inglês e depois era traduzido para o japonês. E então eu observava enquanto o Sr. Wada ou o Sr. Miyamoto davam as considerações, eu estava observando todas aquelas dicas não verbais. Eu queria saber: “eles estão animados? Eles são apaixonados? Acreditam em um ponto, estão desapontados? Eles estão com raiva?” 

 

Reggie Fils-Aimé.

Curiosidade intelectual 

A segunda grande habilidade é sobre fazer perguntas. Mas não apenas questionar para desafiar alguém, é sobre fazer perguntas para realmente entender algo ou a perspectiva ou ponto de vista de uma pessoa.

Diversidade

Por último, mas não menos importante, a crença fundamental no poder da diversidade e das equipes diversas. Isso não é um serviço da boca para fora, não é apenas apoiar uma causa, é sobre reconhecer que quando você tem diversidade e inclusão, você obtém as melhores soluções. 

E falando nesse tema, decidi trazer um tópico especialmente sobre essa pauta tão necessária e discutida no evento.

3- Diversidade, inclusão e equidade

Uma das principais pautas para organizações na atualidade não poderia ficar de fora, concorda?

Por isso, muitas palestras trouxeram diversidade, equidade e vieses que nos impedem de criar um ambiente mais acolhedor para todos e todas como ponto central dos debates.

A economista e CEO da Pipeline Equity, Katica Roy, compartilhou alguns dados muito interessantes: 

  • Ainda estamos há 268 anos da equidade de gênero no local de trabalho;
  • Existem mais líderes chamados “John” do que líderes mulheres. Homens chamados John representam 1,2% da população e as mulheres, 51%;
  • Desde o início da pandemia, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho caiu.

Esse cenário mostra como, não só falar, mas atuar efetivamente com ações de DE&I são necessárias e urgentes hoje.

Um fato curioso que notei no evento é que, no Brasil, quando falamos sobre DE&I, ainda estamos numa fase inicial, aquela em que apenas discutimos conceitos. 

No entanto, lá fora, as pessoas já estão na fase 2, elas não discutem mais sobre o que é certo ou errado, mas sim sobre como não deixar ninguém para trás.

Além disso, o debate engloba o contexto como um todo, ou seja, impactos na sociedade, na economia e nas futuras gerações. 

“Vivemos em um mundo onde subestimamos o talento femino no trabalho e subestimamos o talento masculino em casa. Isso leva a um mundo em que as mulheres são apenas 20% das lideranças seniores e os homens 48% dos pais trabalhadores que gostariam de ficar em  casa com seus filhos e não podem.” 

 

Katia Caroy.

E agora?

Uma coisa é certa, quando falamos sobre inovação e futuro do trabalho, consequentemente, estamos falando sobre humanidade.

A volta ao presencial do SXSW é o retrato perfeito disso! 

Foi um prazer estar neste festival com tantas pessoas com experiências incríveis, porque isso faz lembrar como o desenvolvimento é fundamental e o quanto essas trocas com especialistas e outros profissionais, com vivências diferentes, agrega. 

Nós, da Crescimentum, somos apaixonados por desenvolvimento e, por isso, temos um portfólio robusto que aborda não só esses temas como muitos outros. É só clicar aqui para conferir todos os nossos cursos!

Por Vivian Wolff, especialista em desenvolvimento humano e trainer da Crescimentum