Você já notou que, muitas vezes, as pessoas preferem guardar suas opiniões, ideias e constatações por medo do que isso causaria? Já percebeu que líderes e colaboradores se sentem ansiosos diante de reuniões de feedback ou conversas difíceis?

Isso acontece porque o feedback ainda é muito associado a críticas e julgamentos pessoais. 

Mas agora você, profissional de RH, pode se deparar com outro desafio: como criar essa cultura? De que forma acabar com os tantos temores relacionados à palavra feedback?

O que é uma cultura de feedback?

O feedback é o retorno sobre um comportamento. Tendo isso em mente, a cultura de feedback acontece quando a troca de retornos é uma prática comum e rotineira na organização. 

Uma cultura de feedback é pautada na transparência e na utilização do diálogo para que as pessoas entendam como seu trabalho está sendo realizado de acordo com o que é esperado. Dessa forma, é um momento essencial para que se orientem e se desenvolvam. 

O objetivo principal dessa cultura é que as pessoas se acostumem a trocas mais transparentes, criando relações de confiança, mais comprometimento e motivação para desempenharem suas funções de forma cada vez melhor. 

A importância do feedback nas organizações

Diante de um mercado cada vez mais exigente, lidamos diariamente com a competitividade e a necessidade de um bom posicionamento. Pensando nisso, manter as pessoas motivadas em seus trabalhos é essencial para que bons resultados sejam atingidos e a organização tenha destaque. 

Mas é claro que, em uma organização, erros são comuns. E, especialmente em um contexto de tantas transformações decorrentes da Era Exponencial, é preciso errar rápido para aprender rápido. Como a famosa frase “é errando que se aprende”. 

Portanto, nesse mundo ágil, é quase impossível aguardar as avaliações de performance realizadas trimestral, semestral ou anualmente. Esse momento carece de pessoas em constante aprendizado e com a ilimitada capacidade de se reinventarem, e claro que isso envolve também (e especialmente) os líderes.

Então, fazer com que as pessoas da organização entendam seus pontos fortes e as ações que devem desempenhar mais satisfatoriamente é essencial. Nesse momento, o feedback entra como um aliado para alavancar a atuação das pessoas e, paralelamente, da sua organização.

Como construir uma cultura de transparência?

Para que mudem ou reforcem atitudes, as pessoas precisam saber onde estão indo bem e onde devem colocar energia para melhorar. E embora seja uma responsabilidade de todos, como profissional de RH, você deve ser o primeiro a fomentar a cultura de feedback na organização.

Então, de que maneira fomentar conversas transparentes para que as pessoas possam se desenvolver e melhorar seu desempenho? Aqui, elenco 3 pontos que devem ser trabalhados para que essa cultura comece a ser construída:

1- Crenças limitantes

Muitas são as ideias sobre o que, de fato, é dar e receber feedback. “Vão me criticar”, “Estão apontando meus erros”, “Foi um ataque pessoal”… Você já deve ter ouvido esse tipo de conversa.

Quando a definição verdadeira de feedback for alinhada na empresa, as pessoas se sentirão mais abertas para um ambiente de transparência, porque entenderão a poderosa ferramenta que têm em mãos. 

2- Vulnerabilidade

Um dos grandes problemas na hora de dar e receber feedbacks (especialmente entre líder e liderado) é assumir que as pessoas devem saber tudo e serem perfeitas no que fazem. Mas a verdade é que isso não existe. 

Entender que somos vulneráveis e passíveis de erros é o primeiro passo para entender que sempre podemos melhorar nossa atuação e que podemos (e devemos) aprender a partir do olhar do outro. 

3- Desenvolvimento

É preciso que a organização entenda o feedback como um presente, uma conversa construtiva para que o desenvolvimento seja possível. Afinal, sem sabermos nossos pontos fracos, assumimos que sabemos tudo e estagnamos. 

Dessa forma, o desenvolvimento deve ser a principal motivação ao dar um feedback a alguém. Qualquer outro motivo deve ser reavaliado com sinceridade, para que avaliações pessoais não sejam confundidas. 

Outro ponto é que enxergar o feedback enquanto um presente incentiva as pessoas a pedirem por feedbacks sinceros, já que compreendem que o retorno dos outros é algo valioso para seu desenvolvimento

Todos esses itens são pontos de partida na construção de uma cultura de feedback, mas sabemos que o RH ainda encontrará muitos desafios no decorrer do caminho. Afinal, as coisas estão mudando de forma rápida e a tendência é que essa agilidade só aumente.

Espero que esse conteúdo te ajude. Até a próxima!

Por Renato Curi, sócio-diretor da Crescimentum