Você já ouviu falar de ESG? O conceito, que vem ganhando relevância nas organizações, é usado para se referir a práticas mais sustentáveis, seja em âmbito ambiental, social ou de governança.

Falar sobre ESG é imprescindível para empresas que desejam ir além da conquista de novos investidores. A pauta atrai organizações que são pressionadas a reconhecerem seu papel ativo na sociedade. 

ESG é essencial para qualquer organização que entenda que a transformação da sociedade necessariamente passa pela transformação de nossos modelos de negócios e dos nossos relacionamentos com diversos stakeholders. 

Além disso, o conceito é importante para toda e qualquer empresa que queira gerar impactos ainda mais positivos no mundo, garantindo um presente rentável e lucrativo, e ao mesmo tempo criando um futuro melhor. 

Empresas conectadas com esse conceito e que buscam evoluir nessa direção, não somente tendem a apresentar melhores resultados e revelar um maior potencial de perenidade, como também tendem a reter e atrair os melhores talentos.

Neste artigo, trago as principais informações para que você compreenda melhor a sigla e adote-a na sua empresa. Vamos lá?

O que é ESG, enfim?

ESG significa: environmental (ambiental), social (social) and governance (governança). O termo é utilizado para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa. 

Mas o que isso significa, de fato? ESG nada mais é do que um termo utilizado para compreender como um negócio busca minimizar impactos ambientais, construir organizações mais humanas e mudar positivamente o mundo. 

O acrônimo ESG foi cunhado em uma publicação de 2004, do Pacto Global da ONU, em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins

Surgiu de uma provocação do secretário geral da ONU a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. 

Na mesma época, a UNEP-FI lançou o relatório Freshfield, que mostrava a importância da integração de fatores ESG para avaliação financeira. 

Esses movimentos serviram de fundamentos para a criação, em 2006, do PRI (Princípios do Investimento Responsável), que hoje possui mais de 3 mil signatários, com ativos sob gestão que ultrapassam USD 100 trilhões.

Em 2019, o PRI cresceu em torno de 20%, cita Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global em artigo publicado na Exame, em outubro de 2020.

No entanto, além de envolver práticas mais conscientes e humanas, ESG também pode ser utilizado para avaliar investimentos com critérios de sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, indicando o potencial de perenidade das organizações, além de observar apenas as análises financeiras.

O ESG também está bastante conectado aos 17 elementos que compõem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável listados pela ONU.

Por que ESG importa?

Basta “dar um Google” para perceber que ESG é um termo que tende apenas a ganhar mais relevância, mesmo sendo relativamente antigo. Mas por quê? 

Já há algum tempo, as preocupações sobre capitalismo consciente, mudanças climáticas, problemas ambientais, crises sociais e desigualdades sociais de toda natureza têm exigido um posicionamento das organizações.

A própria ONU, em um esforço de promover maior conscientização até mesmo criou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODS), com o propósito de focar em alguns pilares: planeta, pessoas, prosperidade, paz e parceria.

O objetivo é o desenvolvimento saudável da vida, a partir de alguns objetivos a serem atingidos até 2030 para a erradicação de problemas nas áreas citadas. 

Agora, com os adventos da pandemia, observamos uma profunda reflexão coletiva sobre aspectos como desigualdades, inclusão, saúde, impacto no meio ambiente, sustentabilidade, governança, entre outros. 

Antes da pandemia, muitas empresas já haviam percebido essa tendência de consumidores buscarem não só por produtos e serviços excelentes, mas por empresas com marcas que atentem para necessidades reais (e urgentes) presentes na sociedade. 

Mais do que nunca, não buscamos somente um produto, mas uma marca que mostra se importar com o impacto de suas ações, tanto de fora para dentro quanto de dentro para fora. 

Pessoas procuram consumir cada vez mais de marcas que estão alinhadas a seus valores pessoais. E as organizações que já entenderam esse movimento tendem a ter resultados muito promissores. 

De acordo com um relatório do Boston Consulting Group, as empresas com desempenho superior nas áreas ambientais, sociais e de liderança (ESG) apresentam maiores lucros e valor de mercado ao longo do tempo.

Segundo relatório da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim do ano passado. 

Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.

Assim, podemos dizer que as organizações que se comprometem com práticas sustentáveis dos negócios em toda a sua cadeia produtiva, adotando melhores modelos de gestão com transparência e empreendem programas que ofereçam impactos positivos à sociedade acabam se destacando entre as demais e obtendo melhores resultados.

O que o RH precisa saber para fortalecer os fatores ESG em sua organização?

Mas o que tudo isso tem a ver com a atuação do RH? A questão é que, cada vez mais, existe uma correlação entre o que a empresa entrega em âmbito externo e interno, refletindo na evolução do mercado. 

Assim, à medida que o mundo corporativo avança, as empresas precisam encontrar maneiras de refletir a evolução em suas culturas, no comportamento da liderança e dos funcionários.

Nesse cenário, o profissional de RH tem um papel preponderante para influenciar a implementação de boas práticas que patrocinem uma postura ESG, especialmente no que diz respeito à evolução e o fortalecimento de uma cultura, a partir de uma liderança consciente do seu papel nesse contexto.

O RH que se posiciona estrategicamente pode fazer a diferença na instrumentalização do modelo de gestão de cultura que coloque em destaque as correlações entre uma postura mais social e ambientalmente sustentável e os resultados do negócio.

A gestão de cultura por valores é capaz de conectar as necessidades das pessoas com a prosperidade e perenidade da organização, seja para sua comunidade interna seja para a sociedade como um todo. Nesse contexto a liderança do RH pode ser determinante!

Alguns pilares essenciais para que ESG seja um tema presente e realmente levado a sério são: o desenvolvimento dos líderes, a promoção da segurança psicológica no ambiente de trabalho e, ainda, a gestão de uma cultura por valores que sustentem a evolução da organização a caminho de novas práticas e mindset ESG.

3 critérios para adotar o ESG na sua empresa

Agora que você já sabe o que é ESG e quais os seus benefícios, deve estar se perguntando como, exatamente, a sua organização pode investir nisso. 

Segundo a Forbes, existem 3 critérios usados ​​para se tornar uma empresa mais consciente e sustentável. A questão é alinhar a cultura e seus processos, políticas e símbolos para que novas práticas sejam possíveis. 

Assim, o papel do profissional de RH é o de instrumentalizar a organização e influenciar uma postura, comportamentos e escolhas conscientes que, de fato, deem ênfase a 3 pontos:

1- Meio ambiente 

Que tipo de impacto a sua empresa tem no meio ambiente? Isso pode incluir produtos químicos tóxicos envolvidos em seus processos de fabricação, pegada de carbono e esforços de sustentabilidade que compõem o cotidiano de trabalho, não só nos seus processos, assim como em toda a cadeia de suprimentos.

Neste ponto, é relevante analisar os impactos do negócio em alguns tópicos:

  • Aquecimento global e emissão de carbono;
  • Poluição do ar e da água;
  • Biodiversidade;
  • Desmatamento;
  • Eficiência energética;
  • Gestão de resíduos;
  • Escassez de água.

2- Social

Como sua empresa melhora o impacto social, tanto dentro da empresa quanto na comunidade em geral? Isso abrange todas as questões da relação da empresa com seus trabalhadores, clientes, parceiros, fornecedores, e com as comunidades onde atua.

Inclui também outros aspectos de apoio à diversidade e à não discriminação de qualquer natureza, seja de grupo social, seja no ambiente de trabalho ou nas esferas públicas de ação das marcas (como campanhas de marketing e outros).

Além disso, é o RH um dos grandes promotores de todos os programas internos como os de diversidade e inclusão dentro da organização e na relação com todos os demais stakeholders.

No entanto, o principal pilar de toda essa mudança, ou seja, o que sustentará novas práticas e posturas é a liderança.

Esse ponto também diz respeito a como uma empresa defende o bem social no mundo, além de sua esfera limitada de negócios, influenciando a liderança para que tenha mindsets orientados às práticas do ESG. 

Há 16 anos, já compreendíamos a necessidade de desenvolver a liderança, o que gerou o nascimento da Crescimentum com o propósito de melhorar o mundo a partir da liderança, seja nos programas In Company, seja com a criação do consagrado Líder do Futuro, um treinamento pioneiro e revolucionário de liderança.

3- Governança

Outro aspecto determinante é como se dá o processo decisório e o nível de transparência nas práticas da empresa. Como o conselho e a liderança da sua empresa gera mudanças positivas? A governança inclui desde questões relativas à remuneração dos executivos até a diversidade na liderança.

Além disso, a governança envolve a forma como a sua liderança responde e interage com os acionistas e todos os demais stakeholders externos. Entre os pontos de destaque, estão:

  • Composição do Conselho;
  • Estrutura dos comitês e rituais corporativos;
  • Conduta corporativa;
  • Remuneração dos executivos;
  • Relação com entidades do governo e políticos;
  • Existência de um canal de denúncias.

O conceito de ESG nos alerta para um fato: este é o momento de tornar nossas organizações mais sustentáveis, conscientes, diversas e humanas. 

Para isso, o RH tem um papel essencial no levantamento dessa pauta dentro das empresas, na promoção de um ambiente de maior segurança psicológica e no alinhamento de um senso de propósito coletivo.

Afinal, somente assim as organizações poderão crescer, gerar retornos positivos de forma mais ampla e se tornarem perenes.

Há mais de 16 anos, a Crescimentum tem o objetivo de transformar pessoas em líderes extraordinários e empresas em organizações mais sustentáveis e humanas. 

Desenvolvemos e entregamos soluções customizadas de acordo com as necessidades de cada organização, seja digital, presencial ou blended, por meio de programas de Desenvolvimento de Equipes e Lideranças, Projetos de Gestão de Cultura Organizacional, Coaching e Mentoring Executivo.

Além disso, contamos com um portfólio robusto de cursos abertos nas áreas de RH, Liderança, Coaching e Mentoring, Eficiência Profissional e Cultura Organizacional. 

O importante é que, seja qual for o meio, a sua organização invista no desenvolvimento para que possa evoluir e gerar um impacto positivo dentro e, especialmente, fora da empresa.

 

Por Gui Marback, sócio-diretor e head de Cultura Organizacional da Crescimentum