Março é um mês importante para as mulheres e, especialmente, agora que estamos vivendo mudanças no mundo do trabalho, refletir sobre a liderança feminina é essencial.
Recentemente, a McKinsey e a LeanIn.Org realizaram um estudo para analisar a representatividade das mulheres no ambiente corporativo e colheram dados muito interessantes.
De acordo com a pesquisa, um ano e meio após a pandemia, as mulheres tiveram ganhos importantes em representatividade e, especialmente, na liderança sênior.
Por outro lado, ainda há um longo caminho a ser trilhado: apesar das conquistas desde 2016, as mulheres ainda estão significativamente sub-representadas em todos os níveis de liderança e, preocupantemente, mais esgotadas que os homens.
Neste artigo, compartilho um pouco sobre avanços importantes das mulheres no mercado de trabalho ao longo dos últimos anos, e também alguns desafios complexos que precisam de uma atenção especial.
Ao final, você conhecerá alguns pilares para tornar a sua organização mais equânime e começar ações que cuidem dessa pauta tão urgente e necessária. Vamos lá?
Liderança feminina: avanços e desafios das mulheres no mercado de trabalho
Quando falamos em liderança feminina, estamos frente a muitos avanços, mas também a novos desafios.
Como mostra um artigo recente da KPMG, as mulheres estão ampliando a sua representatividade e assumindo posições de liderança em setores bastante distintos, como indústria automotiva, mineração, construção e tecnologia.
Mas, embora as estatísticas indiquem que apenas uma pequena fração das posições são ocupadas por mulheres, uma coisa é fato: grande parte dos negócios hoje compreende que essa é uma questão importante e estão buscando formas de promover maior diversidade e inclusão em seus ambientes de trabalho.
Em contrapartida, outro estudo destaca que as mulheres continuam a ter uma experiência pior no dia a dia de trabalho e são mais propensas do que os homens a ter sua competência questionada e sua autoridade minada.
Além disso, com a pandemia, surge uma questão que não pode ser ignorada: em paralelo à luta pela representatividade, agora, as mulheres estão ainda mais esgotadas.
Os casos de burnout são maiores entre as mulheres, sendo que a diferença de esgotamento entre mulheres e homens quase dobrou.
3 fatos sobre a liderança feminina
Os números são positivos de um lado e não tão positivos do outro. Mesmo com avanços desde 2016, as mulheres ainda permanecem pouco representadas quando o assunto é liderança.
Mas o que destaco aqui são fatos interessantes que a Mckinsey descobriu sobre a liderança feminina:
1- As mulheres ainda lutam com o “degrau quebrado”
Apesar dos avanços na equidade de gênero dentro das organizações, as mulheres continuam enfrentando um “degrau quebrado” no primeiro caminho até a liderança. Enquanto 100 homens são promovidos a líderes, apenas 86 mulheres conseguem o feito.
Como resultado, os homens superam significativamente as mulheres no nível de liderança, o que significa que há menos mulheres para se promover a níveis mais altos.
Esse “degrau quebrado” é uma das razões pelas quais a representação de mulheres nos níveis de diretoria e vice-presidência melhorou mais lentamente do que o pipeline geral.
2- Líderes mulheres estão se preparando para apoiar suas equipes
Em comparação com os homens em cargos semelhantes, as mulheres estão tomando medidas mais consistentes para promover o bem-estar das equipes.
Isso inclui manter diálogo com os times, ajudar a administrar a carga de trabalho e fornecer suporte às pessoas da equipe que estão lidando com o burnout no trabalho.
3- Mulheres são campeãs em D&I
Em comparação com os homens, líderes mulheres são até duas vezes mais propensas a se engajarem em ações de D&I, mesmo que não façam parte de suas responsabilidades formais.
Ou seja, líderes mulheres tendem a organizar eventos e recrutar pessoas de grupos sub-representados, além de orientar mulheres de diferentes raças, defender novas oportunidades para elas e enfrentar ativamente a discriminação.
2 pilares para tornar sua empresa mais inclusiva
Diante desse cenário, as empresas ainda têm muito trabalho a fazer para criar uma cultura que abrace e realmente valorize a diversidade.
Mas por onde começar? De acordo com a McKinsey, líderes de RH dizem que duas coisas são críticas para esse esforço: apoio da alta liderança e o engajamento dos times.
Apoio da alta liderança
Líderes seniores precisam apoiar total e publicamente os esforços de diversidade e inclusão. Isso porque, quando esses e essas líderes participam ativamente de treinamentos e eventos de D&I, mostram para toda a empresa a importância do tema.
Outra razão pela qual é extremamente importante incluir a liderança nos esforços do D&I é que quando há um engajamento de líderes seniores, essas iniciativas tendem a receber os recursos necessários para seguir adiante.
Engajamento dos times
As experiências cotidianas das mulheres são moldadas principalmente por suas interações com líderes e colegas, o que significa que uma mudança cultural profunda só é possível se todas e todos forem parte da solução. E isso começa com a conscientização!
Os colaboradores e colaboradoras precisam entender as barreiras que as mulheres enfrentam – principalmente mulheres com identidades tradicionalmente marginalizadas – e os benefícios de uma cultura mais inclusiva.
As empresas podem promover a conscientização compartilhando dados sobre as experiências das mulheres em suas organizações, trazendo palestrantes instigantes e incentivando as equipes a compartilharem suas experiências e ideias.
Construa uma organização mais equânime
Gostou do conteúdo? Espero que esse artigo te inspire a tomar medidas que contribuam para a diversidade e inclusão da sua empresa!
Lembre-se que reconhecer e recompensar mulheres líderes, propiciar um ambiente de desenvolvimento contínuo e fazer com que cada uma se sinta valorizada são apenas algumas formas de apoiar a liderança feminina.
Se quiser saber o que mais pode ser feito, podemos te ajudar! Aqui na Crescimentum oferecemos ações de sensibilização e desenvolvimento sobre o tema, desde palestras e workshops, até programas mais estruturados, como o que fizemos na Leroy Merlin e Banco do Brasil. Clique aqui para saber mais!
Por Priscilla Flecha, sócia-diretora da Crescimentum