Burnout é um tema cada vez mais presente nas conversas do mundo corporativo, e não é à toa. Mas muito além de ajudar pessoas a lidarem com a síndrome, nossas organizações precisam pensar em como prevenir esse cenário: é preciso tornar-se anti-burnout!
Desde o início de 2022, com a nova definição da OMS, essa pauta entrou de vez nos radar das empresas, especialmente no Brasil.
Isso porque a ISMA-BR mostra que o Brasil ocupa o 2° lugar no ranking de trabalhadores com burnout e que 32% dos mais de 100 milhões de brasileiros sofrem da doença. Alarmante, não acha?
Tudo isso trouxe à tona algo que, talvez, não estivéssemos percebendo: não basta apoiar as pessoas que estão passando por esta situação; é preciso adotar uma postura pró-ativa, buscando evitar que o problema aconteça.
Neste artigo, trago 3 pilares que sustentam uma organização anti-burnout na prática.
Mas afinal, o que leva as pessoas ao burnout?
A essa altura do campeonato, você já deve saber o que significa e quais são os sintomas do burnout.
Mas só para alinhar, burnout se refere a um estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso.
E como se chega a esse nível?
Existem várias pesquisas que falam sobre isso, mas o interessante é que a maioria leva para o mesmo lugar. Escolhi uma pesquisa da Deloitte que aponta alguns motivos:
- Falta de apoio ou reconhecimento da liderança;
- Prazos e expectativas de resultados inalcançáveis;
- Horas prolongadas de trabalho.
Percebe qual o denominador comum entre esses três fatores? A liderança!
Mas como preparar a companhia e a liderança para não apenas cuidar de quem tem a síndrome, mas evitar que as pessoas cheguem a esse ponto?
3 pilares para uma organização anti-burnout
Separei 3 pilares muito poderosos e importantes quando falamos sobre essa pauta. Olha só:
1- Liderança “Gentificada”
Aí você pode perguntar: mas o que isso significa? A resposta é simples!
Liderança “gentificada” é sobre líderes que olham para as pessoas como pessoas, e que entendem que tem gente atrás do crachá ou da tela.
Mas, cuidado. Não estou falando de “estilo de liderança”, já que o melhor estilo de liderança é o seu, desde que as pessoas estejam em sua agenda.
Além disso, não falo de “liderança paternalista”, aquela que incentiva as pessoas à mediocridade, e não a excelência. Falo sobre colocar gente na agenda.
A base de uma liderança “gentificada” é a confiança: precisamos de líderes confiantes, confiáveis e que confiam nas pessoas.
E como fazer isso? O primeiro passo é entender que líderes também são gente e que podem demonstrar vulnerabilidade.
Porque, se a liderança da sua organização acredita que pode (ou deve) lidar sozinha com o burnout, é bem provável que ela também acredite que os outros possam (ou devam) fazer o mesmo.
Percebe que isso se torna um efeito cascata?
2- Equipes de alto desempenho
Em 2020 o mundo virou de ponta cabeça e as coisas mudaram. Um estudo da Deloitte mostra que agora “os reis e rainhas” das organizações são as equipes.
Ou seja, os times são microssistemas que fazem as coisas acontecerem. E o grande ponto aqui é que alto desempenho ou performance não tem a ver só com resultado!
Guarde essa equação: alta performance = resultado + ambiente positivo. Ter resultados em um ambiente negativo não vale muito, porque não é sustentável.
Essas equipes precisam ter forte senso de propósito e interdependência, e isso só é possível se você trouxer segurança psicológica para dentro das equipes.
3- Pessoas engajadas
Esse pilar tem duas características-chave: pessoas com alto senso de pertencimento e autonomia.
Mas o interessante aqui é como o engajamento está ligado aos outros dois pilares anteriores: quando a liderança constrói relações de confiança e existe segurança psicológica na equipe, naturalmente as pessoas se engajam mais.
Percebeu como os pilares se conectam entre si? Começamos no nível de liderança, chegamos nas equipes e terminamos em um nível mais pessoal.
Por isso, o grande ponto aqui é que lideranças e RHs precisam convencer as pessoas sobre a importância de cuidar das pessoas!
E esse artigo é um convite para que você reflita e comece essa mudança agora, afinal, mais do que nunca, as pessoas e as empresas precisam disso.
Espero que tenha gostado do conteúdo e que tenha sido útil para você! Nos conte lá no LinkedIn o que você achou desses pilares e, se quiser estudar mais sobre esse tema, não deixe de conferir o vídeo que temos lá no nosso YouTube.
Por Marco Fabossi, sócio-diretor da Crescimentum