Imagine duas grandes empresas, ambas com histórias únicas, valores consolidados e culturas organizacionais distintas. Um dia, essas duas realidades se chocam em um momento de aquisição e fusão. O que acontece a partir daí?

Este processo de integração, cheio de desafios e oportunidades, invariavelmente vai moldar o futuro de ambas as organizações e, principalmente, o desempenho de suas equipes. É sobre isso que vamos falar neste artigo.

O “choque” de culturas

Quando falamos de aquisição e fusão, as motivações centrais geralmente permeiam os aspectos financeiros e operacionais.

No entanto, nem sempre – me arrisco a dizer até que, “raramente” – levam-se em consideração que parte do valor associado nessa jornada refere-se aos aspectos intangíveis: o jeito de se fazer as coisas, a cultura organizacional!

Afinal, cada empresa tem suas próprias normas, comportamentos e valores que guiam suas ações diárias. Esses elementos, que muitas vezes são intangíveis, moldam a maneira como os colaboradores pensam, se comportam e, em última análise, entregam resultados.

Um dos maiores desafios – e talvez o menos visível – está na integração das culturas organizacionais, que pode significar ampliação da captura ou destruição de valor.

Aliás, segundo a McKinsey, o choque de cultura organizacional é apontado por 95% dos executivos como uma das maiores dificuldades nos processos de fusão e aquisição.

Qual a importância da liderança nesse processo?

A liderança, mais uma vez, assume um papel fundamental. Líderes precisam ser hábeis em entender as diferenças culturais e, ao mesmo tempo, capazes de construir e fortalecer uma nova identidade organizacional que una o melhor das duas culturas.

Pra isso, é necessário ter em mente que a comunicação clara e transparente é uma ferramenta indispensável nesse processo. As lideranças devem explicar os motivos da fusão, os benefícios esperados e, principalmente, como cada colaborador pode contribuir para o sucesso dessa nova fase.

Tudo isso para que os colaboradores entendam o propósito por trás da mudança e se sintam motivados a participarem ativamente da construção dessa nova cultura.

Como o desempenho das equipes pode ser impactado depois de uma aquisição e fusão?

O impacto de uma aquisição e fusão na performance das equipes pode ser tanto positivo quanto negativo, dependendo de como conduzem o processo.

Se a integração cultural for bem-sucedida, as equipes podem se tornar mais coesas, inovadoras e produtivas. A diversidade de ideias e perspectivas, resultado da união de diferentes culturas, pode gerar soluções criativas e melhorar a tomada de decisão.

Por outro lado, se a fusão for mal gerida, o resultado pode ser catastrófico. A falta de alinhamento cultural pode gerar desmotivação, aumento de turnover e, em última instância, a perda de talentos.

Equipes desmotivadas tendem a ser menos produtivas, o que afeta diretamente o desempenho da organização como um todo.

Construindo uma nova identidade

Para garantir que o processo de fusão impacte positivamente o desempenho das equipes, é crucial construir uma nova identidade organizacional.

Essa nova cultura deve ser pensada e definida à luz das novas necessidades estratégicas decorrentes do processo de fusão. Além disso deve ser inclusiva, respeitando os valores e tradições de ambas as partes. Ao mesmo tempo, precisa ser inovadora, criando novos rituais e práticas que representem a união e o propósito compartilhado.

É um processo que demanda tempo, paciência e, principalmente, liderança. Líderes devem ser o exemplo vivo dessa nova cultura, demonstrando diariamente os valores que desejam ver refletidos nas equipes.

Também é importante reconhecer e celebrar as pequenas vitórias ao longo do caminho. Cada avanço na integração cultural é um passo rumo ao sucesso da nova organização.

O momento de aquisição e fusão entre empresas é um dos maiores testes para a cultura organizacional…

Além de uma oportunidade única para redefinir o que a organização representa, tanto para seus colaboradores quanto para o mercado.

A forma como essa fusão é conduzida pode determinar se a organização emergirá mais forte ou se enfrentará desafios ainda maiores.

Saiba que este é um caminho repleto de desafios, mas também de grandes recompensas. Com visão, paciência e uma liderança comprometida, é possível transformar uma fusão em uma poderosa alavanca de crescimento e inovação.

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Por Gui Marback, Sócio-diretor de Cultura Organizacional da Crescimentum