Constantemente, falamos do Google como uma grande referência no mundo dos negócios disruptivos. Mas muito além de um ambiente inovador e de uma cultura singular, o Google é referência em algo primordial para o sucesso organizacional: a segurança psicológica.
Estudando o case Google, tive insights importantes que podem ajudar você, profissional de Recursos Humanos, a melhorar a produtividade e a performance de times, engajando pessoas e alcançando objetivos estratégicos da empresa.
Neste artigo, falo sobre como a segurança psicológica pode transformar ambientes tóxicos e os impactos disso no desempenho de colaboradores e no crescimento da sua organização. Continue a leitura!
Primeiramente, o que são ambientes tóxicos?
É certo que as mudanças no mercado estão intensificando seus reflexos no mundo corporativo. Em um mundo tão dinâmico e incerto, engajamento e produtividade só podem ser alcançados com times bem alinhados e motivados por um bom líder ou gestor.
Mas sabemos que, no dia a dia de trabalho, são raras as equipes que conseguem trabalhar com unidade e orientadas por um líder inspirador. Conflitos, hipercompetitividade, falta de comunicação e punição ao erro são presentes na rotina de muitas equipes.
Em empresas onde predominam essas práticas, os ambientes tornam-se tóxicos, contribuindo para que os colaboradores gastem sua energia para lutar pela sua sobrevivência e senso de pertencimento no trabalho.
Nesses locais psicologicamente inseguros, quase não existe disposição a mais para que colaboradores pensem em seu autodesenvolvimento e em formas de inovar em seu trabalho. Pessoas ficam esgotadas e o trabalho se torna um vampiro de energias.
Segundo a OMS, o Brasil é o país mais deprimido e ansioso da América Latina e, até 2020, a depressão será a principal causa de afastamentos do trabalho. E é claro que as organizações têm grande responsabilidade por esses dados.
Por isso, cada vez mais a segurança psicológica tem sido pauta no universo corporativo. Afinal, ela pode ajudar as organizações a criarem ambientes onde as pessoas se tornem suas melhores versões.
Segurança psicológica: entenda o conceito
Um grupo se torna produtivo quando se sente seguro para compartilhar experiências e correr riscos com a certeza de que a equipe não rejeitará, punirá ou constrangerá quem expressa as suas opiniões ou ideias, mesmo quando estão em desacordo.
Portanto, segurança psicológica pode ser definida como a capacidade de criar um clima no qual as pessoas se sentem confortáveis para que possam ser quem são, expressando suas ideias e visões de forma tranquila e natural.
Um ambiente de segurança e respeito faz com que as pessoas se sintam mais à vontade para serem autênticas, criativas e inovadoras. Nesse cenário, colaboradores percebem que podem contribuir sem serem julgados ou diminuídos.
Diversas pesquisas já identificaram a importância de proporcionar segurança psicológica no ambiente corporativo, mas quero destacar um estudo de uma das organizações mais inspiradoras e disruptivas do mundo: o Google.
O que podemos aprender com o Google?
Dentro da maioria das empresas, o trabalho em equipe é mais valioso do que o trabalho individual. Isso se deve ao fato de que, em times, as pessoas alcançam mais criatividade, inovação, enxergam erros e encontram as melhores soluções.
No Google, onde a inovação é uma peça-chave, o trabalho em equipe é decisivo para o êxito ou fracasso de tudo o que é realizado. Mas, até então, os altos executivos da empresa apenas identificavam que alguns times davam certo, enquanto outros não.
Em 2012, na tentativa de identificar o que determinava o sucesso ou fracasso do trabalho em equipe, o Google deu início ao Projeto Aristóteles. A ideia era identificar os fatores essenciais para a construção de uma equipe perfeita e, consequentemente, mais produtiva.
Com o projeto, foi possível entender que a produtividade está diretamente ligada à forma como as pessoas convivem entre si na empresa. Até então, muitos acreditavam que reunir pessoas altamente inteligentes era o bastante para o alto desempenho.
Mas o Projeto Aristóteles desconstruiu essa ideia, constatando que a inteligência coletiva é muito mais eficiente, especialmente por trazer a empatia e senso de pertencimento às equipes.
Portanto, um dos maiores aprendizados do Projeto Aristóteles é que salários e benefícios são importantes, mas não são tudo. É preciso ir além para que a produtividade seja excepcional, e isso envolve criar um ambiente confortável, de empatia e tranquilidade.
Como construir organizações psicologicamente seguras?
Construir a segurança no ambiente de trabalho começa a partir da preocupação com o bem-estar coletivo. Para cultivar uma organização onde todos se sintam seguros e valorizados, é preciso dar uma atenção especial às relações entre as pessoas.
Nesse processo, identificar pontos fortes e fracos entre a equipe é essencial. Mas não apenas isso. Criar um espaço onde as pessoas estejam confortáveis para dar e receber feedbacks é importante para que melhorias aconteçam.
A fim de que essas ações sejam possíveis, você, profissional de RH, precisa do apoio da liderança. Afinal, a empresa precisa contar com líderes que criem essa atmosfera acolhedora, atrelando isso aos resultados a serem entregues.
Como em qualquer mudança de uma empresa, a liderança atua como uma espécie de porta-voz das novidades. Nesse caso, líderes devem adotar um comportamento alinhado com a segurança psicológica, liderando pelo exemplo.
Construa equipes de alta performance
Se trabalhar entre pessoas já é complexo, desenvolver a sinergia entre times é ainda mais trabalhoso. E processos Team Building são grandes aliados dos profissionais de RH que desejam transformar equipes e resultados da organização.
Na Crescimentum, já conduzi diversos Team Buildings que construíram verdadeiras equipes com sinergia, empatia, engajamento, clareza de missão, visão e valores e motivação para alcançar metas. E sua organização também pode crescer por meio de pessoas.
Conheça nosso Team Building. Descubra como podemos construir juntos planos de ação focados no desenvolvimento de comportamentos essenciais para uma organização de mais segurança psicológica, engajamento e atitude!
Por Renato Curi, sócio-diretor da Crescimentum