Fusão e aquisição pode ser uma grande fonte de crescimento para empresas de diferentes setores e tamanhos.
Por outro lado, o mais interessante sobre toda essa negociação é que a diferença entre sucesso e fracasso muitas vezes não é uma questão de estratégia, lógica ou dinheiro, mas sim de relacionamentos, cultura, política, poder e emoções.
Então, como empresas podem atuar de forma mais eficaz durante uma fusão ou aquisição? Como a oportunidade de transformação que uma fusão oferece pode estabelecer as bases para uma organização saudável e de alto desempenho?
A resposta para essas perguntas, com certeza, está muito mais ligada a pessoas do que a números e dados. Neste artigo, você conhecerá 3 dicas que podem ajudar um processo de integração a ser bem-sucedido. Vamos lá?
1- Construa um contexto compartilhado
Já ouviu falar no termo “Big C”? Ele representa o alinhamento da cultura (missão, visão e valores) e é fundamental na hora de fundir e combinar duas organizações com sucesso.
Em contrapartida, o que acontece, muitas vezes, é que não é dada atenção suficiente aos “pequenos cs”, como: processos, operações e pessoas.
Para construir um novo contexto compartilhado, cada organização deve ensinar a outra sobre estruturas, processos e tomadas de decisões, permitindo que a outra parte entenda o dia a dia das atividades.
Mas como criar esse contexto de compartilhamento? A resposta é até simples: contando histórias!
Os seres humanos são programados para se comunicar e se conectar por meio de histórias, por isso, é importante que você compreenda as narrativas sobre como as organizações e as equipes funcionam.
Além disso, procure esclarecer o que as pessoas realmente querem dizer com as palavras que usam. Não é incomum que duas organizações usem as mesmas palavras, mas com significados completamente diferentes.
2- Abrace as jornadas emocionais das equipes
A jornada emocional de organizações em processo de fusão ou aquisição é algo que passa despercebido por muitas lideranças.
Pessoas em ambos os lados de uma fusão e aquisição experimentarão uma ampla gama de emoções, tanto positivas quanto negativas.
Exatamente por isso, é crucial que a liderança tenha empatia e valide essas emoções, dando às pessoas apoio para processar esses sentimentos.
Um erro comum entre líderes nessa fase é não estabelecer expectativas logo no início. Ser claro/a sobre o fato de que as dificuldades ao longo do processo de integração são inevitáveis, naturais e normais é um passo fundamental.
Além disso, essa conversa também é uma oportunidade de construir confiança por meio da vulnerabilidade. Reconhecer que a liderança não acertará tudo e dar espaço para as opiniões e dores dos times é uma forma de tornar esse processo mais fácil.
3- Promova um senso de pertencimento
Promover o pertencimento ou a sensação de que alguém é aceito/a e incluído/a no trabalho é a chave para uma experiência positiva em qualquer empresa.
Uma pesquisa da BetterUp, publicada pela Forbes, descobriu que o sentimento de pertencimento pode reduzir o risco de rotatividade em até 50%.
Após a transação, cada organização deve se concentrar em avançar como um novo “nós” o mais rápido possível. Incentive as pessoas a usarem palavras como “nosso/a” e “nós”: nossos/as clientes, nossa equipe, garantimos, oferecemos, etc. Esse é um dos passos iniciais, além de um fator crítico, para se criar uma cultura forte.
Apoiar as equipes para que se conectem de forma mais verdadeira, indo além do trabalho, também é fundamental para desenvolver o sentimento de pertencimento.
Embora as pessoas com mais tempo de empresa tenham responsabilidade na integração das novas, aproveite esse momento e incentive a troca de aprendizado de ambos os lados.
Ter uma compreensão sobre essas fases é essencial para conduzir esse processo sem perder de vista o lado humano de qualquer transformação.
Afinal, no final do dia, embora fusões e aquisições sejam empreendimentos comerciais, também são, em sua essência, empreendimentos humanos – e os humanos vêm com emoções, perspectivas, ideias e opiniões.
A cultura organizacional está envolvida em tudo, até em aspectos que às vezes nos passam despercebidos.
Mas isso só evidencia a necessidade e importância de tratar o tema. Aqui no blog, temos um Guia Completo de Cultura Organizacional, que pode te ajudar a começar a refletir sobre o assunto. Para acessar é só clicar aqui!
Por Gui Marback, sócio-diretor e head de Cultura Organizacional da Crescimentum