Na última edição do Manhã com RH, falei sobre um tema que considero extremamente importante para as organizações e profissionais de Recursos Humanos: a Inteligência Emocional.
Você sabia que o Brasil é o país mais deprimido e ansioso da América Latina (OMS) e, até 2020, a depressão será a principal causa de afastamentos do trabalho? Adiante, veremos que as organizações têm grande responsabilidade por esses dados.
Esse é um dos motivos que levaram o Fórum Econômico Mundial a colocar a Inteligência Emocional como uma das dez principais competências necessárias aos profissionais até 2022.
Afinal, o mercado e as organizações passam por mudanças cada vez mais rápidas e menos previsíveis, e estar preparado para lidar com esses desafios é essencial para a performance, saúde e bem-estar de pessoas.
De acordo com a Talent Smart, essa competência é responsável por 58% da performance e pela diminuição dos níveis de sofrimento emocional e insegurança psicológica nas organizações.
Mas como lidar com algo tão delicado e tornar as pessoas emocionalmente preparadas para lidarem com o mundo ágil sem que a segurança psicológica seja comprometida?
Era Exponencial, desafios exponenciais?
Frente aos tantos desafios do mundo corporativo na Era Exponencial, as empresas estão cada vez mais investindo em seus colaboradores. Isso porque entendem que seu bem-estar tem total impacto na entrega de resultados.
Mas de quais desafios estamos falando? Novas tecnologias, mercados altamente competitivos, a rapidez com que as coisas acontecem… Tudo isso muda nossa forma de viver e trabalhar.
E agora que as tecnologias conseguem, facilmente, realizar nossos trabalhos operacionais e repetitivos, outras competências são essenciais para nossa colocação no mercado. Estou falando de:
- Pensamento analítico e inovador
- Aprendizado ativo
- Criatividade e iniciativa
- Pensamento sistêmico
- Resolução de problemas complexos
- Liderança e influência social
- Inteligência Emocional
O verdadeiro desafio é que não aprendemos isso nas escolas e faculdades. Desenvolvemos competências técnicas, mas não sabemos como lidar com nossas próprias emoções, diferentes pessoas e problemas complexos.
E o profissional de RH que visualiza esse gap e busca formas de desenvolver a Inteligência Emocional em sua equipe tem uma série de benefícios.
A Inteligência Emocional nas organizações
Já notou como as pessoas estão, a cada dia, mais sem tempo, ansiosas, sobrecarregadas e desgastadas, não apenas em suas vidas pessoais, mas especialmente no trabalho?
Problemas como ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout, tornaram-se recorrentes e fizeram com que as organizações entendessem a importância da Inteligência Emocional no mundo corporativo.
A Inteligência Emocional é, segundo Daniel Goleman, a nossa capacidade de monitorar e gerenciar nossas emoções e das pessoas ao nosso redor.
Com essa competência, somos capazes de orientar pensamentos e comportamentos a nosso favor.
Além disso, a Inteligência Emocional é uma excelente forma de construir ambientes de trabalho saudáveis, tornando-os psicologicamente seguros.
O que é segurança psicológica?
Segundo a Dra. Amy Edmondson, professora da Harvard Business School, a segurança psicológica é a capacidade de criar um clima onde as pessoas se sintam confortáveis para serem quem verdadeiramente são, expressando-se.
Ambientes de trabalho psicologicamente inseguros são cheios de resistência às mudanças, sobrecarga de pessoas, demora na tomada de decisões e tendência à falta de cooperação.
Nessas empresas, as pessoas acreditam que serão punidas caso cometam erros e, por isso, não se arriscam, não expressam suas opiniões, não são criativas e não lidam bem com mudanças.
Portanto, construir a segurança psicológica é criar uma organização na qual haja resiliência, motivação, persistência, transparência e confiança.
Quais os benefícios disso tudo na organização?
Uma empresa onde a Inteligência Emocional é bem desenvolvida, é semelhante a um grupo de amigos que trabalham de forma colaborativa e com cuidado uns com os outros.
Provavelmente, você já sabe que ambientes de trabalho pesados, ameaçadores, hipercompetitivos e estressantes geram grande desgaste emocional, insegurança e medo nos colaboradores.
Em contrapartida, empresas onde as pessoas tem Inteligência Emocional e se sentem motivadas, confortáveis e com autonomia, são ótimos para que resultados sejam alcançados com cooperação e engajamento.
E a Inteligência Emocional constrói a segurança psicológica, ajudando a construir organizações com mais performance, resultados, engajamento, colaboração, transparência e crescimento.
Como desenvolver a Inteligência Emocional?
Agora que você compreende o impacto da Inteligência Emocional na segurança psicológica dos colaboradores e, consequentemente, no desenvolvimento e crescimento da organização, sabe que precisa agir.
E a boa notícia é que essa competência pode ser desenvolvida em líderes e colaboradores por meio desses passos:
Autoconhecimento
Quando temos conhecimento sobre nós mesmos, entendemos nossas emoções: de onde vem e porque surgem. Reconhecer esses sentimentos é essencial para gerenciá-los.
Gatilhos mentais
Todos nós temos emoções que nos limitam e que surgem a partir de determinada situação: são os gatilhos mentais. É preciso analisar quando esses sentimentos ruins surgem, para que possamos mudá-los.
Controle das emoções
Após identificar as emoções e gatilhos mentais, é hora de controlá-los. E isso só é possível enfrentando-os de frente, mudando os padrões de pensamento e criando novos hábitos.
Empatia
Ter a capacidade de se colocar no lugar do outro, entendendo suas emoções, é essencial para quem deseja se comunicar melhor. Ser empático reduz significativamente os conflitos e aumenta a colaboração.
Motivação
Com Inteligência Emocional, sabemos o que é preciso para superarmos emoções negativas e, dessa forma, compreendemos exatamente o que nos motiva. Sendo assim, lidar com as emoções também é uma forma de alcançar a alta performance no trabalho.
Qual o próximo passo?
Agora, quero te fazer uma pergunta: como está a sua organização? Existe motivação, confiança e transparência nos colaboradores? Ou as pessoas estão psicologicamente inseguras, desmotivadas e com medo?
Trabalho há anos com Inteligência Emocional e, inclusive, estive com o próprio Daniel Goleman em um treinamento sobre isso. Foi a partir desses insights que criei dois treinamentos relacionados ao tema.
O APP – Alta Performance Pessoal e o IEAP – Inteligência Emocional para a Alta Performance são dois treinamentos de imersão que trabalham essa competência individualmente.
Se você acredita que é possível aumentar a segurança psicológica na sua organização e ajudar os colaboradores a desenvolverem competências importantes, como a Inteligência Emocional, clique aqui e converse com nossos consultores sobre nossas soluções!
Por Paulo Alvarenga, VP e sócio-fundador da Crescimentum