Participar do South Summit não é apenas ouvir tendências ou trocar contatos. É, antes de tudo, uma oportunidade valiosa de ampliar repertório sobre liderança e aprendizagem e ser atravessado por ideias, provocações e conversas que mudam a forma como você vê seu papel como líder, empreendedor ou agente de transformação.

Por isso, listei aqui 5 reflexões que seguem ressoando e que, talvez, te ajudem a repensar o que você anda cultivando por aí:

1.  Confiança e pertencimento nascem da escuta – e morrem no silêncio

Se não há escuta, não há inclusão. E sem inclusão, não existe pertencimento.

Ambientes onde as pessoas precisam se anular para “caber” têm algo profundamente errado. Antes de mais nada, pertencimento se constrói com atenção genuína, escuta ativa e a real vontade de considerar perspectivas diferentes da sua.

Gentileza aqui não significa ser bonzinho. Na prática, é colocar as pessoas no centro com empatia ativa. Más notícias são aceitáveis, mas surpresas quebram a confiança. Confiança não exige perfeição, mas sim clareza e consistência. Ou seja, confiar é permitir contribuição, presença e emoção. É isso que conecta pessoas, fortalece times e sustenta culturas mesmo nos momentos mais difíceis.

2. Relacionamentos não são sobre eficiência. São sobre presença

“Relacionamentos são sobre improviso, silêncios, exposição. Não é sobre otimização.”  Essa frase do fundador da rede social Orkut foi um dos momentos mais potentes do evento.

Em um mundo obcecado por performance, velocidade e resultados, esse lembrete é necessário: o que conecta não são bots rápidos. São experiências emocionais, reais, humanas que criam laços, constroem marcas e formam comunidades.

3. Na era das IAs generativas APRENDER é o que SEPARA quem lidera de quem repete o passado

O gap de compreensão sobre inteligência artificial é real e urgente. Até porque ele vai do nível operacional até o estratégico.

Sem letramento, não há uso ético nem impacto real. E se antes aprender era um diferencial competitivo, hoje é uma questão de sobrevivência profissional. A capacidade de aprender constantemente, desaprender o que não serve mais e se adaptar com consciência é o que define uma liderança preparada para o futuro.

4. Uma decisão errada ensina. A falta de decisão, estagna

Boas decisões não evitam erros, mas criam novos caminhos. Em um mundo em movimento constante, a decisão certa nem sempre é a mais segura, mas sim a que abre mais possibilidades futuras.

Para decidir bem, é preciso aprender a observar melhor evitando generalizações como “todo mundo” e “ninguém”. A ausência de dados pode distorcer a realidade e enviesar as escolhas. Ser ousado não é ser irresponsável, mas fazer escolhas conscientes e com propósito.

5. Liderança é sobre espaço, confiança e conexão

Liderar é sobre criar espaço para que talentos escolham, filtrem e cocriem. Não é mais sobre “como mandar melhor”, mas sobre viver a cultura que se quer construir.

O talento certo, com liberdade e suporte, pode transformar uma comunidade em uma empresa. Liderar com humanidade, coerência e se conectando com as pessoas inspira mais que qualquer discurso bonito.

Quando o espaço é seguro e estimulante a colaboração acontece de forma natural. E aí, pouco importa quem teve a ideia. O que importa é o impacto que ela gera. Liderança é, acima de tudo, uma prática de presença, escuta e coragem.

E você, o que está cultivando como liderança?

Essas reflexões seguem ecoando e pedem menos discurso e mais prática. Afinal, o que você está cultivando como liderança nos espaços que ocupa?

Por Aline Silveira, Gerente Design de Aprendizagem da Crescimentum