A Inteligência Emocional na liderança tem se tornado uma das principais habilidades, especialmente nos últimos anos.

Afinal, me diga se em algum momento da sua vida profissional você já teve o desejo de voltar atrás e conseguir evitar dizer ou fazer coisas das quais se arrependeu. 

Ou de saber fazer melhor uso do seu comportamento e das suas reações de forma a ajudar a equipe, pares e outras pessoas do seu trabalho.

Todos esses pontos passam por aumentar seu conhecimento sobre emoções e entender como elas funcionam, tanto em você como no outro. Ou seja, Todos esses pontos passam por você desenvolver sua inteligência emocional.

E aqui neste artigo, você saberá mais sobre o que é a famosa Inteligência Emocional e 4 passos de como desenvolvê-la na liderança. Vamos lá?

Mas afinal, o que é Inteligência Emocional?

Segundo Daniel Goleman, o pai da inteligência emocional, IE é a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos, o sentimento dos outros, da gente se motivar e gerenciar os impulsos dentro de nós e nos nossos relacionamentos.

Talvez você já até conheça o conceito, mas sabe por que esse tema é tão importante para o sucesso da liderança?

Ainda de acordo com o Daniel Goleman, a Inteligência Emocional é 2 vezes mais importante que as habilidades técnicas para o sucesso da liderança.

E quanto mais se sobe na hierarquia, mais importante ela se torna para que a liderança consiga liderar o time, criando engajamento, performance e resultados.

Líderes que possuem a Inteligência Emocional bem desenvolvida entendem melhor as pessoas, têm empatia e interagem melhor, sabem se ajustar para cumprir prazos, lidam melhor com críticas e tem mais abertura para feedbacks.

Por outro lado, a falta de competência emocional está relacionada com as principais causas de fracasso dos profissionais. 

Um estudo da CCL mostrou que as três principais razões para o fracasso são:

  • Dificuldade em lidar com mudanças
  • Incapacidade de trabalhar bem em equipe
  • Relações interpessoais deficientes, baseadas na desconexão e na distância 

Por isso, Inteligência emocional é sobre prática e ela começa com a sua consciência. 

É prestar atenção nos temas que acionam em você alguns gatilhos, e é ter a consciência de quando você perde o controle e poder se observar, perceber o que está presente

Por que a Inteligência Emocional na liderança é tão importante? 

Vivemos numa era de informações infinitas e a pandemia fez com que a gente repensasse a forma como as empresas e as equipes funcionam. 

Hoje, nunca foi tão importante pensar sobre a saúde mental. Só pra que você tenha ideia, o Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo, a qualidade de vida e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional piorou e o burnout virou a doença do trabalho em 2022.

Por isso, mais do nunca, a liderança precisa desenvolver a Inteligência Emocional para construir um um olhar atento para evitar que esse cenário continue acontecendo.

4 passos desenvolver a Inteligência Emocional na liderança

Aqui você precisa saber o que compõe a inteligência emocional e que existem 4 elementos que nos ajudam a desenvolver essa habilidade.

Além disso, é interessante notar que dessas 4, as 2 primeiras têm a ver com uma competência pessoal, enquanto as 2 últimas com competências sociais. Olha só:

1- Autoconsciência

É sobre perceber como você se sente num momento x e entender suas tendências emocionais.

Aqui você pode começar se questionando: em quais situações, no meu trabalho, percebo que minhas emoções parecem me prejudicar? Quais emoções são essas?

Num estudo que Brene Brown fez sobre emoções, ela detectou que a maioria das pessoas resume todo o dicionário emocional em basicamente 3 palavras: felicidade, tristeza e raiva. 

Mas nosso repertório emocional é muito maior que isso. 

Então, a Autoconsciência é esse check-in interno que a gente faz e que nos conecta com o que estamos sentindo e que nos ajuda a perceber com precisão as nossas emoções no momento em que acontecem. 

2- Autogerenciamento 

Essa é a habilidade de entender o que acontece com a gente internamente e conseguir se auto regular. 

Ela é fundamental em momentos onde você decide agir ou não e dependendo da sua escolha você terá um desfecho ou outro. 

Ela depende da sua autoconsciência e é o que te permite ser flexível e adaptável, e direcionar seu comportamento para o resultado desejado. 

A autogestão é muito mais do que suprimir um comportamento explosivo ou problemático e boa parte das vezes, ela não é uma tarefa fácil.

Você já ouviu falar sobre sequestro emocional? É quando nossas emoções tomam conta de nossos pensamentos afetando nosso comportamento. 

E aqui, o maior desafio é gerenciar as tendências emocionais individuais e aplicar as habilidades de autorregulação em situações variadas. 

Mas refletir sobre isso vai te ajudar a trabalhar esses desafios. Pense por exemplo em situações do seu dia a dia no trabalho que tiram você do sério. 

Explorar essas situações pode ser um passo inicial para te dizer quais são seus principais gatilhos relacionados às suas exigências profissionais.

3- Consciência social

É a capacidade de captar com precisão as emoções de outras pessoas e entender o que realmente está acontecendo com elas. 

A empatia, a escuta ativa e observar com atenção plena são os elementos mais importantes da consciência social. 

Isso porque esses elementos te ajudam a ver e sentir por meio da perspectiva de outra pessoa. E a liderança que faz esse check-in regular sobre as necessidades do seu time, com certeza faz a diferença.

O impacto reflete, inclusive, na retenção de talentos. 

Dados da Gallup mostram que 63% das pessoas deixam as empresas por motivos não-financeiros e um desses motivos é o relacionamento com a liderança.

Por isso, aqui é o momento da liderança olhar pro time e trocar a sensação de perda de tempo pela sensação de tempo de qualidade.

4- Gestão dos relacionamentos 

Por último, mas não menos importante, essa é a habilidade de construir o melhor resultado por meio da conexão genuína com as outras pessoas, diminuindo atritos desnecessários e influenciando positivamente a partir da comunicação e do comportamento. 

Nesse elemento entra a capacidade de trabalhar em equipe, de influenciar, de atuar como um líder ou uma líder coach e de saber gerenciar conflitos.

Se você sente que precisa colocar mais atenção no elemento da consciência social, algumas estratégias podem te ajudar:

  1. Pratique sua curiosidade pelo outro, mesmo depois de anos de relacionamento
  2. Invista na comunicação
  3. Peça feedback e estabeleça a intenção de aprender e lidar bem com ele
  4. Construa relações de confiança

Deu para perceber como todos os 4 elementos estão interconectados? A diferença da gestão de relacionamentos com os outros 3 é que, quanto melhor ficamos nos 3 primeiros, mais fácil será alavancar esse último.

Além disso, é normal que você tenha algum ou alguns dos 4 elementos melhor desenvolvidos que outros. Aqui, tenha em mente que a intenção de se tornar uma pessoa melhor é o primeiro passo!

Espero que esse conteúdo te ajude a trabalhar melhor sua inteligência emocional e fica o convite para compartilhar com outros profissionais que também precisam saber mais sobre o tema.

Lá no nosso YouTube, tem um vídeo completinho sobre esse tema que também pode te ajudar. É só clicar aqui pra ir lá assistir.

Até a próxima! 

Por Vivian Wolff, trainer da Crescimentum