Atualmente, enfrentamos um desafio multigeracional inédito relacionado às diferenças entre os valores fundamentais das três gerações (X, Y ou Millennials e Z) que predominam no mercado de trabalho.

Além dessas, algumas organizações ainda contam com a presença ativa de integrantes da geração Baby Boomers, especialmente agora que a expectativa de vida no Brasil está aumentando. Isso amplia ainda mais as divergências.

A grande pergunta que tenho ouvido dos líderes é: como posso liderar efetivamente essas diversas gerações de modo que todas as pessoas se beneficiem?

O desafio começa em primeiro compreender melhor essas diferenças entre as gerações e entender que todos ganhamos quando conseguimos liderar melhor e obter resultados a partir disso.

Aqui neste artigo vou falar mais sobre isso e explorar não só as características que distinguem cada geração, mas também as estratégias inovadoras que líderes podem adotar para harmonizar e potencializar a contribuição de todas as pessoas.

Como a liderança pode construir pontes entre diferentes gerações?

Acho que cabe uma breve definição do que são gerações:

“As gerações podem ser definidas como um grupo de indivíduos nascidos em uma mesma época, influenciados por um contexto histórico e que causam impacto à sociedade no que diz respeito à evolução. Cada geração possui características únicas que estão diretamente ligadas ao seu comportamento, costumes e valores”.

– Segmento Pesquisa

Uma coisa é certa, liderar um time composto por diferentes gerações traz lições valiosas para qualquer liderança. Este cenário nos ensina a aperfeiçoar a gestão de conflitos interpessoais e a estabelecer métodos de comunicação que ressoem com diversos perfis.

Além disso, aprendemos a delegar tarefas e a fornecer feedbacks de maneira mais direcionada e adaptada às necessidades individuais. Outro aspecto crucial é a capacidade de reter talentos de diferentes gerações, desenvolvendo uma abordagem empática e construindo valores e propósitos comuns, apesar das diferenças.

Muitas vezes escolhemos o caminho mais fácil do julgamento, erguendo barreiras que nos impedem de aprender mais.

Isso acontece porque nosso cérebro busca simplificar o complexo mundo ao nosso redor através da categorização. Organizando os estímulos que recebemos em categorias, gerando, muitas vezes, os vieses.

Portanto, o primeiro passo para superar esse mecanismo é aceitar e reconhecer que todos nós – você, eu e todas as pessoas ao nosso redor – temos vieses. Reconhecendo isso, podemos então criar estratégias eficazes para mitigá-los e abrir caminho para um entendimento mais profundo e inclusivo.

Um bom primeiro passo é conhecermos as principais forças de cada geração e usarmos isso para agregar ainda mais o time e o negócio. Vamos lá:

  • Boomers: experiência/sabedoria de mercado e maturidade na tomada de decisões;
  • Geração X: alta adaptabilidade, estabilidade, experiência com tecnologia e métodos tradicionais;
  • Geração Y ou Millennials: viés de colaboração, facilidade com diferentes meios de informação e perspectiva de propósito;
  • Geração Z: mentalidade orientada à diversidade, viés empreendedor e criatividade associada a rápida absorção de informação.

Mas é claro, cada geração também apresenta um desafio diferente para a liderança, que terá que adaptar seu estilo de liderança se quiser o melhor de cada pessoa.

Por isso, é tão importante compreender as limitações de cada uma delas para gerar uma maior produtividade e bem-estar no trabalho:

  • Boomers: dificuldades com adaptação ao modelo flexível e resistência em receber feedbacks com frequência;
  • Geração X:  empecilho em se adaptar às novas tecnologias e possível desequilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho;
  • Geração Y ou Millennials: resistências em garantir uma boa saúde mental no trabalho e dificuldades com hierarquia e processos burocráticos;
  • Geração Z: ansiedade em relação a resultados e dificuldades com hierarquia e processos burocráticos.
Quando o assunto é lidar com o conflito multigeracional no ambiente de trabalho, a questão principal deve ser criar um canal aberto de diálogo para toda a equipe.

Na maioria das vezes, a nova geração não vai se contentar em seguir as regras e tenderá a questionar e propor soluções próprias.

Portanto, é essencial que as organizações promovam o diálogo, estabelecendo um ambiente que incentive a troca de ideias. Ao mesmo tempo, devem ser capazes de transformar essas ideias em um projeto prático e executável.

As novas gerações (Y e Z) têm a oportunidade de alterar a história de uma organização, amparada também pelos Baby Boomers e Geração X.

Este é um momento único para o mundo corporativo. As empresas que conseguirem aproveitar o potencial de cada situação estarão em vantagem, alcançando importantes diferenciais competitivos.

Uma sugestão que pode ajudar a liderança multigeracional nas práticas de gestão é, em primeiro lugar, buscar superar os estereótipos e alinhar as expectativas em relação ao trabalho das pessoas do seu time.

A comunicação aberta também é fator primordial, mas é preciso adaptar a comunicação ao meio preferencial de cada geração. Além disso, é fundamental apoiar seus liderados nas possíveis limitações do dia a dia, como por exemplo, uma nova tecnologia para a geração X pode ser mais desafiadora do que para as Y e Z.

Se quiser começar por um primeiro passo, eu diria que encontrar um “terreno comum” é um excelente caminho. Por isso, comece pelos valores comuns.

Adaptação é a palavra de ordem!

A habilidade de aprender continuamente fornece evidências de mudanças comportamentais na liderança multigeracional.

Seguindo nessa linha, é essencial se abrir para rever os comportamentos atuais (e adquirir novos) para liderar diferentes gerações.

Além disso, a liderança multigeracional precisa aprender a construir um ambiente psicologicamente seguro e estabelecer relações de confiança. Isso inclui apoiar as pessoas para que atuem como um time e reconheçam que o feedback é uma ferramenta crucial tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para o do grupo.

Espero que tenha gostado do conteúdo!

Até a próxima,

Ana Agua Nova, consultora na Crescimentum