Em tempos de mudanças exponenciais, o mercado se torna cada vez mais inconstante, e a única forma de as organizações sobreviverem a isso é preparando sua liderança para atender a esses tempos de mudança.

Quanto mais digital e tecnológico o mundo se torna, mais humanizada, empática e inclusiva precisa ser a liderança.

Pensando nisso, neste artigo, trago os principais insights compartilhados em nossa última edição do Manhã com RH Online, onde falei mais sobre o tema liderança em tempos de mudança. E, ao final, trago 6 competências chave para uma liderança de sucesso nesse contexto. Vamos lá?

Do VUCA ao BANI

Você, com certeza, já deve ter ouvido sobre os termos VUCA e BANI , mas sabe o que significam e qual a diferença entre um e outro?

A sigla VUCA é a representação do mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. O conceito surgiu em meados dos anos 90, onde a tecnologia funcionava como uma força vital para construir novos modelos de negócios.  

Mas o mundo mudou. Com o avanço da transformação digital, o conceito já não representava mais as atuais exigências. É daí que surge o mundo BANI. O conceito que marca um contexto frágil, ansioso, não-linear e incompreensível e, que passou a ser usado especialmente para descrever o cenário pós-pandemia. Mas o que isso quer dizer? 

Quer dizer que o mundo deixou de ser apenas volátil para ser frágil e quebradiço, principalmente por falta de adaptabilidade.

É um mundo, mais do que nunca, ansioso e também não-linear: não existe mais uma relação direta entre ação e reação, pequenas decisões podem gerar grandes resultados e um enorme esforço pode levar a nada.

Além disso, o mundo se tornou incompreensível. As informações correm com tanta frequência e rapidez, que apesar de termos um mar de dados, talvez não tenhamos tantas informações concretas quanto necessitaríamos para tomar as melhores decisões. 

Então, o mundo deixou de ser VUCA para ser BANI. Os cenários mudaram, os mercados mudaram e, consequentemente, as lideranças também.

Aplicamos uma pesquisa com cerca de 350 líderes e profissionais de RH para descobrir quais competências eles(as) consideravam essenciais para líderes no mundo BANI. São elas: 

  • Empatia;
  • Flexibilidade;
  • Resiliência;
  • Inteligência emocional;
  • Adaptabilidade.

O interessante é que, embora as mudanças venham do meio tecnológico, as principais competências exigidas para ter sucesso nesse contexto são comportamentais: as famosas soft skills.

Mas, afinal, qual o papel da liderança nessa transformação?

Uma coisa é certa, para que as organizações consigam acompanhar essas transformações, as pessoas precisam estar envolvidas. E para que isso aconteça, os líderes precisam criar um ambiente onde elas tenham liberdade e segurança para se envolverem.  

Segundo dados do Ibope, desde 2015, o medo em perder o emprego vem aumentando. As pessoas estão lutando mais por sua própria sobrevivência e senso de pertencimento do que direcionando suas energias para inovarem, serem criativas e propositivas. 

Portanto, o papel do líder nesse mundo BANI é criar um círculo de segurança, onde as pessoas não precisam lutar pela sua sobrevivência e senso de pertencimento, mas onde elas podem atuar efetivamente na zona de transformação.

Trazendo um pouco sobre meus estudos em Neurociência, nós, seres humanos, temos uma hierarquia cerebral, ou seja, temos um jeito de funcionar. Na base dessa hierarquia, temos o senso de sobrevivência, seguido pelo senso de pertencimento e por último o senso de transformação.

As transformações só acontecem quando temos os dois primeiros níveis resolvidos. E é aqui que o(a) líder tem um papel fundamental.

Líder dissonante x Líder ressonante

Nunca antes tivemos tantos casos de transtornos mentais dentro das organizações como hoje, e grande parte disso vem da liderança dissonante. 

Mas antes, vamos falar mais sobre dois tipos de liderança: o(a) líder dissonante e o(a) líder ressonante. 

Grande parte das organizações ainda têm a presença de muitos líderes dissonantes, aqueles que apresentam distanciamento emocional, usam o medo como estratégia de liderança, adotam motivadores extrínsecos e geram desconfiança.

Já líderes ressonantes são aqueles que têm proximidade com as pessoas, que geram segurança psicológica, usam motivadores intrínsecos, geram confiança e ativam circuitos de empatia, conexão social, cognição e emoção positiva. 

A questão aqui é como você, profissional de RH, pode contribuir para que líderes se tornem cada vez mais ressonantes. 

6 competências-chave para liderança em tempos de mudança

O mundo BANI traz novas demandas e exige mais adaptabilidade, inovação, autonomia, cooperação e agilidade. Isso significa que as competências exigidas dos(as) líderes também mudaram. 

Para que uma liderança tenha sucesso no mundo BANI, sendo mais ressonante e bem-sucedida, ela precisa ser: 

1- Ensinável

Não existem líderes perfeitos. Líderes eficazes estão em constante aperfeiçoamento. Os(as) líderes devem ter um aprendizado contínuo, autodirigido e prático. 

2- Empática

Os(as) líderes precisam gerar conexões verdadeiras entre as pessoas. Para que isso aconteça é preciso conhecer as pessoas e dedicar tempo a elas, dando espaço ao erro inédito e reconhecendo que conflitos construtivos são bons. Ter uma escuta ativa é fundamental nesse processo.

3- Inclusiva

Se duas pessoas na equipe pensam exatamente do mesmo jeito, uma delas é desnecessária. E isso não significa demitir alguém, significa que você tem que fomentar a diversidade cognitiva da sua equipe.

4- Confiável 

Um(a) líder precisa ser confiável e confiante. Quando há confiança na liderança, as coisas fluem naturalmente, há mais inovação e bem-estar entre os times. Por isso é importante que os(as) líderes criem relações de confiança com seus(suas) liderados(as).

5- Empoderadora

Quanto menos a sua equipe precisa de você, mais líder você se torna. Quando você dá autonomia e empoderamento ao time, você gera um ambiente onde as pessoas têm segurança e liberdade de tentar e fazer algo novo. 

6- Antifrágil

No mundo BANI, a previsibilidade é uma ilusão. De uma forma simplista, o termo antifrágil pode ser considerado uma evolução da resiliência. O mundo muda a cada minuto e vai continuar mudando constantemente, o papel da liderança é criar um ambiente onde, minimamente, as pessoas se sintam seguras para participar. 

 

Espero que você tenha gostado desse conteúdo, que preparei especialmente para o Manhã com RH Online. Se você perdeu a transmissão, não deixe de conferir para saber mais sobre esse tema! Clique aqui para acompanhar.

Em nossa experiência, sabemos que líderes prontos para esse o contexto BANI são aqueles que inspiram a crença e a confiança de que todos podem e precisam abraçar algo novo!

Nossa Crescimentum University foi construída exatamente para te ajudar a solucionar esse desafio, com treinamentos como Liderança Remota, Liderança Inclusive e, claro, nosso treinamento imersivo Líder do Futuro!

Além disso, também realizamos Programas de Desenvolvimento de Líderes, construídos de forma customizada juntamente com o RH, com o apoio de nossa exclusiva metodologia de aprendizagem. 

Os programas de desenvolvimento de líderes acontecem de acordo com as necessidades, maturidade em liderança e disponibilidade de sua organização, priorizando temas e abordagens que possam trazer os melhores resultados para o seu negócio. 

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Por Marco Fabossi, sócio-diretor da Crescimentum