Você já deve ter ouvido ou lido sobre a importância de ter na consciência seu propósito de vida, certo?

Muito se fala sobre dar um sentido aos nossos dias, ter razão para acordar todas as manhãs, algo que responda a uma espécie de por que estou aqui, fazendo o que faço.

Se não sabe seu propósito de vida, calma! Aqui vou te mostrar formas de gerar mais conforto para essas reflexões e perceber benefícios no seu dia a dia e da sua equipe.  

Existe um “to be” antes de um “to do”

Numa época de mundo BANI (Brittle, Anxious, Non linear, Incomprehensible – frágil, ansioso, não linear e incompreensível, em tradução para português), refletir sobre o que está por trás do nosso eu produtivo é não só um exercício de autoconhecimento, como também de saúde mental.

Afinal, trazer sentido, trazer respostas aos nossos dias, pode diminuir nossa aceleração e quem sabe ampliar nossos repertórios para nossas próprias ansiedades e melancolias.

Um dia, uma especialista em autoconhecimento me disse assim: “você já sabe o que faz a sua alma dançar!” e essa frase ficou marcada em mim, porque de fato, se eu for em busca de uma linha dorsal na minha história de vida, algo como uma linha editorial das minhas próprias escolhas, preferências, eu tenho um sentido, uma direção para fazer o que faço.

Desde pequena: falante com as pessoas ao redor, ouvindo segredos, sendo a líder da turma da escola… Já estava ali sinais da líder que me tornaria depois no mundo corporativo. Existia um “to be” antes de um “to do”.

O nosso tão sonhado “sim” no mundo corporativo – para aquela promoção, aquela oportunidade – muitas vezes pode vir acompanhado de um “e o que mais?” que só poderá ser preenchido por nós mesmos e nossa sede da gente.

Do que verdadeiramente guia nossos próprios passos para a vitória, que, sim, pode vir através de uma oportunidade de crescimento.

O que você busca no crachá e na cadeira, às vezes vem de uma não resposta que, antes de ser da empresa, das tecnologias dos nossos dias, precisa ser sua.

Não ter a resposta, às vezes é a resposta!

Um dia, perguntei a uma participante, já executiva renomada em uma grande startup do país, em um dos nossos treinamentos, o Líder do Futuro Executivo: “mas o que ainda falta, o que ainda não está bom que você segue insatisfeita assim?”.

Ela não soube me responder. Me disse que essa era uma pergunta para a qual, mesmo após anos de terapia, ainda não tinha pensado, logo, não tinha resposta.

Quanto que podemos estar no nosso dia a dia inflando também nossas equipes de perguntas, cobranças e no final, nem paramos para refletir de onde vem tudo isso? A porta mais poderosa a gente abre pelo lado de dentro.

Qual o legado em fazer o que você faz hoje?

Digamos que, e aí te indico o vídeo “Efeito Dunning Kruger”Autoavaliação das habilidades: efeito Dunning Kruger, O QUE você faz, muitas pessoas ao redor do mundo, mesmo em empresas distintas podem fazer, certo?

O COMO você faz também – ora ora, essa capacidade cognitiva de juntar várias e várias habilidades que você foi colecionando e aperfeiçoando ao longo da sua carreira, não é só sua. Então, talvez a valorosa questão aqui seja: QUAL A SUA MARCA? Qual a diferença que você, e apenas você, faz ocupando este posto?

Líder, você está inspirando a todo tempo

Perceba que quando deixamos sementes, elas germinam em novos líderes que formamos e nos membros do nosso time que se sentem inspirados pela nossa incrível entrega.

Você pode escolher deixar NAS PESSOAS. A maior capacidade da liderança está em se fazer presente mesmo quando não está, ou seja, deixando nos seus mentorados, liderados e pares, algo que já é do outro, justamente porque foi dado, foi ofertado por você, juntando seu saber, suas crenças, seu resultado e o sentido que só você deu.

Até hoje, um dos maiores presentes que recebo, mesmo após anos da última experiência como líder “de crachá”, é ter meus ex-liderados me ligando, me mandando mensagens e contando da carreira, da vida, pedindo conselhos, dividindo angústias e felicidades.

A beleza das sementes germinadas é que elas não têm data de validade, continuam a brotar por aí e lindamente.

Se está tudo frágil, mudando a todo instante – perceba as versões do seu smartphone ou cada streaming que usa – o bem mais poderoso que deixa é impulsionar essa coragem de ser quem se é na sua equipe.

Mas e a frase? Eu quero uma frase que diga o meu propósito!

Segundo estudos da Harvard Business Review, a grande maioria das lideranças executivas não têm uma frase que registre a sua missão de vida.

Se esse é o seu caso, não tem problema. Vamos pensar juntos em como esse compilado em texto pode ser só reflexo de um exercício íntimo e inspirador para você e, quem sabe depois, conduzir junto com sua equipe?

Anote suas respostas para essas perguntas:

  • O que você é apaixonado/a por fazer? Sabe aquele papo que te cativa, independente do tempo, espaço, você ama falar sobre isso e passaria horas trocando com os demais sobre?

  • Que elogios você costuma ouvir das pessoas ao seu redor? Algo como o que para elas parece um “super poder” e para você pode ser até algo simples?

  • Quais necessidades do mundo você se sente compelido/a a atuar para minimizar sofrimentos?

  • Que valores humanos você não abre mão em viver? Ex: honestidade, justiça, família e liberdade? O que é o seu “non negotiable”?

Essas respostas talvez te ajudem a criar um horizonte de um verdadeiro “eu existo para…”

Quero que minha equipe também tenha um propósito

Talvez uma boa indicação para que sua equipe esteja motivada e ao seu lado, batendo as metas, gerando os KPIs necessários ao negócio, com uma produtividade sustentável, ou seja, com quadros de saúde mental e física equilibrados, não englobe a tarefa de ter um propósito como o seu.

O que sua equipe, cada ser humano precisa, é ser respeitado nas suas individualidades; é poder sentir-se à vontade para correr riscos interpessoais, criar, pertencer e aprender com os erros e com membros do time, ou seja, precisa-se primeiro de Segurança Psicológica. Aqui nesse vídeo falo desse assunto, vale a pena.

Assim, a gente coloca na frente o que realmente deve vir primeiro – o seu porque ser mais vivido, visto nas suas atitudes do que mais uma tarefa em sua agenda.

E eu tenho certeza que o seu porquê, o seu sentido tem gente envolvida, respeitada e inspirada, certo?

Eu sei que sim e esse também é meu propósito, esse despertar para você, meu/minha líder.

Se quiser conversar mais sobre tudo que falei aqui, é só me chamar no LinkedIn.

Até a próxima!

Por Laís Mascarenhas, psicóloga e trainer da Crescimentum