Dentro de todas as skills mais relevantes para uma gestão centrada em pessoas, a comunicação não-violenta entra como uma das competências mais esperadas para as lideranças do futuro.

Pode parecer “batido”, mas pense aí quantas vezes você mesmo não deixou as emoções falarem mais alto em algum momento! Isso com certeza comprometeu a mensagem que queria passar, né?

Neste artigo você saberá como aplicar a comunicação não-violenta no seu cotidiano e como substituir antigos padrões para que sua liderança seja mais empática e flexível.

O que é a comunicação não-violenta?

A linguagem e o uso das palavras têm um grande poder nos nossos relacionamentos, podendo nos levar à empatia, compreensão, ou então ao conflito e ao desentendimento.

Mas quando aplicamos a comunicação não-violenta (carinhosamente conhecida por CNV por aí), temos a oportunidade de fortalecer vínculos e perceber o impacto das nossas ações nas pessoas que nos cercam. 

A CNV nos ensina a sair do “piloto automático” e a nos comunicarmos de forma mais consciente, considerando o que estamos observando, sentindo e necessitando.

Já parou pra pensar em quantas vezes julgamos, criticamos e rotulamos outras pessoas no nosso dia a dia?

Essas atitudes nos fazem criar um mundo no qual a nossa perspectiva está sempre certa e a do outro errada. E o pior é que isso faz com que o medo, a vergonha ou culpa estejam presentes no processo de comunicação.

Consequentemente, a violência passiva surge e a autoestima, o senso de pertencimento e o desejo genuíno de contribuir com a organização são afetados.

E qual é o papel da liderança nisso?

Aquela ideia de uma liderança pautada no comando e controle, agressiva e rígida, está ficando no passado.

Agora, as organizações que desejam inovar e ter lideranças inspiradoras estão se ajustando a uma nova realidade e criando um novo conceito de liderança.

Recentemente li em uma matéria da Você RH uma pesquisa que selecionou as top 10 skills mais importantes para a liderança e identificou que a comunicação é a MAIS DESEJADA para as organizações em 2023. Legal, né?

Por isso, saiba que a comunicação não-violenta faz parte da construção de uma nova forma de liderar. Afinal, além de trazer inúmeras vantagens para a empresa, também apoia na construção de um espaço onde as pessoas podem expressar suas ideias e contribuir.

Sei que nem sempre damos atenção à forma com a qual nos comunicamos, mas tenha em mente que essa realidade não mudará de uma hora pra outra.

Costumo dizer que o primeiro passo para uma nova liderança é o autoconhecimento, olhando para si e compreendendo como as relações com as pessoas que estão ao seu redor são construídas.

Agora que você já sabe o que é e quais são as vantagens da comunicação não-violenta, é hora de conhecer os pilares da comunicação não-violenta.

4 pilares da comunicação não-violenta na liderança

Ter conexão emocional, criar empatia e estabelecer um senso de confiança mútua são coisas que fazem parte da comunicação não-violenta.

Quantas vezes a sua linguagem gerou conflitos, mesmo quando não havia a intenção de fazer isso? A CNV nos ajuda a ter uma comunicação mais efetiva, levando em conta a empatia e o respeito, além de influenciar e inspirar outras pessoas a agirem da mesma forma.

Existem 4 pilares fundamentais para que a comunicação não-violenta faça parte da sua liderança, que são: 

1- Observar sem julgamentos

O primeiro pilar da comunicação não-violenta tem a ver com a maneira que olhamos e escolhemos descrever as outras pessoas.

Esse pilar nos ajuda a entender a importância de descrever com o máximo de riqueza possível o que estamos captando por meio dos nossos sentidos, deixando de lado o julgamento ou rótulo, que reduz a outra pessoa em uma única característica fixa.

Assim é possível separar a observação da avaliação, pois quando colocamos as pessoas em “caixinhas”, elas tendem a enxergar como crítica e se tornam resistentes ao que é dito.

2- Identificar sentimentos

No segundo pilar o convite é expressarmos o que estamos sentindo diante do que está acontecendo.

Já percebeu como falamos pouco das nossas emoções e sentimentos no trabalho? Esse é um grande erro, já que nossos sentimentos não ficam do lado de fora quando entramos na empresa!

Identificar o que sentimos não significa destacar o que a pessoa está gerando em mim. Na verdade, significa assumir a responsabilidade sobre os nossos sentimentos.

Sei que muitas vezes temos dificuldade em expressar o que sentimos, mas saiba que como liderança e ser humano, é essencial explorar mais o nosso mundo interior.

3- Reconhecer necessidades

Todas as nossas atitudes são baseadas em fortes motivações. Quais são as necessidades que estão por trás dos seus sentimentos e comportamentos?

Tudo o que sentimos representa alguma necessidade: confiança, atenção, colaboração, compreensão, etc. Por isso, é essencial que você identifique suas próprias necessidades e reconheça o que as pessoas que estão ao seu redor precisam.

Entendo que esse pilar pode ser desafiador, já que durante toda a nossa jornada nos ensinaram a negar as nossas próprias necessidades para atender às dos outros.

Só que é preciso ter atenção, pois identificar o que precisamos nos ajuda a entender como os nossos sentimentos nos afetam.

4- Fazer pedidos claros

Depois de entender os seus sentimentos e as pessoas ao redor, é hora de comunicar com clareza quais necessidades você deseja que sejam atendidas. Saiba que isso é o que falta para aplicar a comunicação não-violenta na sua liderança

Esse último pilar nos ajuda a trocar uma ordem por um pedido positivo, sem fazer com que pareça uma exigência. Dessa forma, a pessoa com quem você está se comunicando terá a liberdade para escolher e questionar, caso seja necessário.

Como potencializar ainda mais a comunicação?

A comunicação não-violenta caminha lado a lado com a comunicação assertiva e com a inteligência emocional.

E para que essa comunicação também esteja conectada à liderança, precisamos aprender a expressar a nossa vulnerabilidade diante das pessoas, resgatando a nossa humanidade e nos enxergando como seres cheios de falhas, para não criarmos uma relação violenta com nós mesmos.

Aqui na Crescimentum nós sabemos que o mundo mudou e continua mudando. E é justamente por isso que construímos uma imersão para lideranças que, além de abordar diversos temas, também ajuda a alavancar a comunicação e construir relações mais saudáveis. Se quiser conhecer o nosso Líder do Futuro Fundamentos é só clicar aqui.

Até a próxima!

Por Veronica Ahrens, sócia-diretora da Crescimentum