Não dá pra negar que o cargo de líder sempre é muito cobiçado nas organizações, afinal de contas, muitos enxergam a posição com um certo “glamour”. Por outro lado, quem viveu na pele já sabe que são muitas as responsabilidades e desafios da primeira liderança.
Quando você vira líder pela primeira vez, surgem milhões de dúvidas e incertezas, não é mesmo? Você começa a duvidar do seu potencial e se questionar se aquilo é demais pra você.
Se você, assim como eu, fez a escolha de ser uma liderança, saiba que essa decisão vem repleta de desafios. Quero compartilhar com você quais são eles para te ajudar a superá-los e ser uma liderança consciente e melhor. Vamos lá?
Questionamentos da primeira liderança
O filme começa assim: você, uma pessoa exemplar que apresenta ótimos resultados no que faz, recebe uma promoção e se torna uma liderança. Em um dia você era responsável apenas pelas suas tarefas e resultados, no outro você responde por resultados de uma equipe. Então surgem algumas dúvidas:
- O que fazer para alcançar os resultados através das pessoas?
- Quais caminhos devo seguir para fazer com que minha equipe tenha alta performance?
- Como desenvolver o time?
- Engajar e motivar os membros da equipe. Como fazer isso?
E a lista continua… A verdade é que não existe uma receita pronta pra tudo isso. Sou engenheira de formação e, acredite, adoro ter fórmulas prontas para resolver os problemas.
Mas se tem uma coisa que aprendi é que lidar com pessoas não é como lidar com máquinas. E pra ser sincera, é isso que torna tudo muito mais interessante!
5 desafios da primeira liderança
Vivi essa realidade há alguns anos em minha primeira experiência como líder e separei 5 grandes desafios da primeira liderança que você precisa conhecer. Olha só:
1- Autoliderança
Quero começar com o desafio que eu acho mais difícil e que considero um dos mais importantes: a autoliderança. Como anda sua inteligência emocional? Você tem controle sobre o seu tempo ou ele controla você? Como você tem se equilibrado ultimamente? Tem cuidado da sua energia física, mental, emocional e espiritual?
Pois é, olhar pra si talvez seja um passo que esquecemos muitas vezes, mas precisamos lembrar que só conseguimos dar aquilo que nós temos e só é possível liderar outras pessoas quando somos líderes de nós mesmos.
E olha, não subestime esse desafio! Desenvolver autoliderança requer olhar pra dentro e ampliar a autoconsciência, entendendo quais são seus pontos fortes, seus pontos de desenvolvimento, seus gatilhos e suas emoções.
Fazer isso requer muita reflexão, mas também muita prática!
Dedique tempo consciente para analisar seus comportamentos e reações frente às situações.
Gosto muito de parar por alguns minutos e observar como reagi em certos momentos do meu dia e me perguntar: por que eu fiz isso? O que me levou a essa reação? Como eu posso fazer diferente numa próxima? Essa é uma ótima forma para aprender sobre si mesmo!
2- A confiança é a base de tudo
Eu vejo muitas lideranças que não conhecem as pessoas da sua equipe e que, de certa forma, tratam as pessoas como máquinas que executam tarefas.
Tem uma frase do Simon Sinek que sempre me vem à mente quando falo disso: “100% dos clientes são pessoas. 100% dos funcionários são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios.”
E, pra mim, entender de pessoas começa com construir relações de confiança com elas. Criar laços de proximidade e conexão (independente se você vive um trabalho presencial, remoto ou híbrido).
Não estou dizendo que você precisa ter amizade com todas as pessoas do seu time, mas você deve, no mínimo, se importar com elas e conhecê-las. Liderança é sobre se importar com o outro!
Tire um tempo para conhecer as pessoas do seu time e crie proximidade. Acredite, esse passo é extremamente valioso e pode te ajudar muito nos desafios da primeira liderança.
3 – Delegue!
É natural que ao sairmos de uma posição em que executávamos muita coisa, nós tenhamos o hábito de continuar executando muitas tarefas.
Às vezes pela zona de conforto de fazermos algo que já éramos bons, às vezes por acharmos que somos as melhores pessoas para executar aquela tarefa… Enfim, as desculpas que criamos são múltiplas.
Eu sei que é difícil desapegar de algumas coisas que fazíamos e também sei que pode ser bastante trabalhoso desenvolver outras pessoas para fazer essas tarefas. Mas lembre-se: o seu papel como liderança é entregar resultados por meio das pessoas!
Honestamente, não tem algo mais satisfatório do que desenvolver pessoas e torná-las autônomas. Se isso não te convenceu a delegar e empoderar, aqui vai mais um motivo: você terá mais tempo para fazer aquelas coisas que sempre ficam pendentes e que nunca temos tempo suficiente para fazê-las!
Reflita sobre aquilo que você faz hoje em sua rotina e o que você poderia já estar delegando para outras pessoas do seu time. Delegue!
4 – Feedback, feedback e feedback!
Uma das ferramentas mais essenciais de uma liderança é o feedback.
Pode parecer bastante simples e básico, mas a verdade é que esse é um dos maiores gaps da liderança. Quantos feedbacks você pediu na última semana? Quantos feedbacks você deu às pessoas na última semana?
Implementar uma cultura de feedback contínuo no seu time pode ser fundamental para garantir resultados melhores e mais rápidos. Só assim as pessoas conseguem perceber se estão no caminho certo ou se precisam recalcular rotas.
Quanto mais cedo vier o feedback, mais cedo é possível implementar melhorias e menos tempo é gasto na direção errada.
Ah, mas lembre-se que feedback também é sobre reconhecer as pessoas! Um feedback positivo pode fazer toda a diferença e pode ser um fator de motivação e engajamento super importante.
5 – Aprendizagem é fundamental
A gente sabe que tudo muda muito rápido hoje em dia e o que funcionava há um ano não funciona mais agora.
Isso serve para a liderança também. O que você fazia antes pode não funcionar hoje com o time (até porque vivemos uma grande mudança de modelo de trabalho nos últimos tempos, né?).
Por isso, se manter aprendendo é tão fundamental. Especialmente na liderança, já que é preciso repensar constantemente a forma de funcionamento do time: processos, rituais, acordos, alinhamentos individuais, meios de comunicação, etc. O que tem funcionado? O que não tem funcionado? Como podemos ser melhores?
Isso vale tanto para o aspecto de entregas e resultados quanto para o modo de funcionamento comportamental do time (relacionamento entre membros da equipe e também o seu relacionamento com cada pessoa).
Mantenha sempre um olhar de aprendizagem e lembre-se que o erro inédito é seu melhor amigo nessa jornada. Crie rituais de aprendizagem com o time para que isso não se perca!
Colocando a mão na massa
A liderança pode parecer complexa, mas algo que me ensinou muito foi observar grandes líderes que me inspiraram e continuam me inspirando a cada passo. Porém, não se prenda nesses exemplos, por melhor que eles possam ser. A autenticidade será sua grande aliada na sua jornada de liderança!
Quando cheguei a esse papel, lembro de pensar: imagine se existisse uma forma de praticar a liderança antes de assumi-la. Seria incrível, não é? Bom, e se eu te falar que tem, você acreditaria?
Aqui na Crescimentum, temos o MyStory, uma série de vídeos imersivos e interativos, que mostram os 100 primeiros dias de Clara, uma gerente que acabou de chegar em uma nova organização.
É uma ótima oportunidade para que você entenda como os desafios que citei aqui aparecem na prática.
Vou deixar o link aqui pra você conhecer mais e aproveitar muito essa oportunidade de mergulhar nessa experiência.
Espero que tenha gostado deste artigo. Até mais!
Larissa Takayama, Designer de Aprendizagem na Crescimentum
