O Coronavírus trouxe uma crise inesperada e cheia de inseguranças. A escala global do vírus, o número crescente de casos e a sua enorme imprevisibilidade tornam a resposta dos executivos algo difícil. 

O alto grau de incerteza gerado por este momento, resulta em desorientação, sensação de controle perdido e, em alguns casos, até mesmo distúrbios emocionais gerados pelo stress. 

Saber como reagir a este cenário, portanto, é primordial para a saúde: das pessoas e dos negócios. No artigo de hoje, falamos sobre cinco práticas de liderança que podem ajudá-lo a responder de maneira eficaz a este momento tão complexo. Boa leitura!

O coronavírus e a crise nas organizações

Reconhecer que vivemos em um momento de crise é o primeiro grande passo para todo líder. É difícil, mas subestimar os efeitos deste contexto no ambiente corporativo é ainda mais grave

Ao aceitar o atual cenário, passamos para a próxima fase que é tentar formular respostas. O grande ponto é que, um dos efeitos da crise, é justamente o desconhecimento do que vem a seguir. 

Por isso, algumas respostas comuns a todos têm partido de coisas simples, como a adoção de políticas de home office ou a introdução de novas ferramentas para auxiliar a colaboração. Esse tipo de medida pode ser benéfica até mesmo após este período. 

A grande virada de chave é que, durante a crise, líderes não conseguem agir a partir de um plano de respostas pré-definido, mas sim de comportamentos e mentalidades que os ajudarão a olhar para o futuro

A seguir, exploramos cinco deles, para ajudar os líderes a enfrentarem os desafios decorrentes da pandemia e, quem sabe, outras crises futuras (afinal, se tem algo que o atual momento nos ensinou é que devemos estar preparados para o incerto).

1. Construa redes de equipes adaptáveis

Sabe a ideia tradicional de que as respostas devem surgir top-down? Durante uma crise, líderes devem deixar para trás a crença de que as decisões partem de cima para baixo, como uma forma de controlar e gerar estabilidade

Em crises que possuem a incerteza como principal característica, líderes enfrentam problemas desconhecidos e pouco compreendidos. Um pequeno grupo de altos executivos não é o suficiente para tomar decisões com rapidez suficiente

Dessa forma, toda a organização deve ser responsável por descobrir e implementar soluções. O papel do líder é mobilizar a organização e as equipes, estabelecendo as prioridades claras para aquele momento. 

Uma forma de promover a rápida resolução de problemas em situações caóticas e de alto estresse, é organizar redes de equipes. Embora a maioria das organizações já trabalhe em equipes, poucas realmente constroem times eficazes e com sinergia

Verdadeiras equipes consistem em grupos altamente adaptáveis, unidos por um objetivo em comum. Times eficazes são multidisciplinares, criam soluções práticas e se adaptam ao cenário vigente, reorganizando ações e aprendendo mais sobre a crise conforme as condições mudam. 

Líderes preparados devem promover a colaboração e a transparência nas equipes. E uma maneira excelente de fazer isso é dando autonomia e compartilhando informações. Outro ponto crucial, é em relação à saúde emocional dos colaboradores. 

Em momentos como este, o ambiente torna-se mais tenso do que o normal e é papel do líder promover a segurança psicológica para que as pessoas possam discutir novas ideias, perguntas e preocupações. 

Isso permite que as equipes compartilhem suas visões sobre a situação e pensem em como lidar com tudo isso por meio de um debate saudável. 

2. Capacite novos líderes na tomada de decisão

Assim como os executivos de uma organização devem se preparar para mudar a estrutura de hierarquia tradicional para uma rede colaborativa de equipes, eles também devem capacitar outras pessoas para pensar em soluções para a organização. 

Isso envolve dar autoridade a novos colaboradores, para que possam tomar e implementar decisões sem ter que obter aprovação. Executivos precisam estabelecer rapidamente uma estrutura para que decisões sejam tomadas por pessoas de diferentes níveis

Em emergências rotineiras, a experiência pode ser a qualidade mais valiosa que os líderes possuem. No entanto, em momentos de crise, o caráter passa a ser mais significante. Neste momento, duas características são primordiais: calma e um otimismo realista

Situações de crise exigem pessoas que saibam ter calma na tomada de decisões preocupantes. Além disso, líderes devem ser otimistas de que a organização encontrará um caminho para sua situação difícil, mesmo reconhecendo a incerteza deste momento. 

3. Faça pausas curtas para avaliar antes de agir

Um erro muito comum que líderes cometem em meio às crises é aguardar um conjunto de fatos concretos antes de determinar o que deve ser feito. Como uma crise envolve muitas incógnitas e surpresas, fatos não são claros o bastante. 

Neste momento, o que fazer? Recorrer à intuição? Embora esse possa ser um caminho, líderes podem lidar melhor com a incerteza se informando ao longo do desenrolar da crise, e observando a repercussão de suas respostas

Na prática, isso pressupõe ciclos mais curtos para avaliar os próximos passos. Compreender a situação de vários pontos de vista, antecipar o que pode acontecer a seguir e depois agir, é o ideal neste momento. 

Um ciclo curto de pausa, avaliação e antecipação deve ser contínuo. Isso ajuda os líderes a manterem a calma e evitarem medidas tomadas de forma exagerada. 

Dois comportamentos são importantes para ajudar líderes a avaliarem e se anteciparem às situações. A atualização, que envolve a revisão das ideias com base nas novas informações, e a dúvida, que implica na avaliação crítica de ações e futura medidas. 

Uma vez que uma decisão é tomada, líderes devem agir com determinação. Isso aumenta a confiança da organização, motiva a equipe e sustenta a busca por soluções para os desafios que a empresa enfrenta. 

4. Tenha a empatia como diretriz 

Em uma crise, as pessoas ficam em um estado de atenção voltada à sua própria sobrevivência e necessidades básicas. Por isso, líderes eficazes neste momento são aqueles que fazem uma diferença positiva na vida das pessoas

Para isso, líderes devem reconhecer os desafios pessoais e profissionais que os colaboradores enfrentam durante este momento. 

No caso do Coronavírus, os efeitos foram muitos. Governos instituíram proibições de viagens, a quarentena foi adotada, escolas e empresas foram fechadas, e ainda estamos reagindo a isso de diversas formas. 

Como a crise afeta cada pessoa de maneira diferente, líderes devem prestar muita atenção ao lado humano neste momento. 

Por outro lado, líderes não apenas devem demonstrar empatia, mas também recorrer à ajuda dos outros, preocupando-se com seu próprio bem-estar. Neste momento de estresse, cansaço e incerteza, líderes devem permanecer equilibrados. 

Destinar tempo a se cuidar, permite que a liderança mantenha a sua eficácia ao longo do tempo que a crise durar. 

5. Mantenha a transparência 

Transparência deve ser a principal regra para líderes em momentos de crise. Isso é essencial para tranquilizar todos os envolvidos no enfrentamento dos desafios advindos deste cenário. 

Para isso, é preciso um cuidado especial para garantir que as preocupações, perguntas e interesses de cada um sejam atendidos. Manter uma boa comunicação sobre o que está sendo feito e quais os próximos passos, é um ótimo passo. 

Trazer uma perspectiva realista e otimista pode ter um efeito poderoso sobre os colaboradores, inspirando-os a apoiar a recuperação da organização. 

O Coronavírus tem desafiado líderes em todo o mundo. Não sabemos, ao certo, até quando essas consequências durarão, nem se novas dificuldades surgirão. Essa incerteza prolongada é mais uma razão para adotar as medidas propostas neste artigo.

Todos os cinco pontos mencionados foram pensados para ajudar a estabelecer ou reforçar comportamentos e valores que apoiem organizações e comunidades ao longo da crise

Além disso, são passos para ajudar líderes para próximos possíveis desafios, adotando um mindset novo. Espero que tenha gostado do conteúdo e que ele seja útil para você neste momento tão complexo. 

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Por Arthur Diniz, CEO e fundador da Crescimentum

Artigo inspirado em conteúdo da McKinsey