Engajamento e turnover, seja ele voluntário ou involuntário, têm um impacto muito maior do que eu mesmo imaginei.

Uma pesquisa realizada pela Glassdoor Brasil, com mais de 4 mil entrevistados de diversas idades e tipos de mercado, apontou para um número um tanto quanto espantoso: 

70% dos entrevistados disseram que gostariam de mudar de emprego ainda em 2019.

Entre os motivos apontados para se deixar o trabalho atual estão:

  • As poucas oportunidades de crescimento na empresa atual (28,9%)
  • A remuneração abaixo da pretensão (24,6%)
  • A liderança insatisfatória (6%)
  • A baixa qualidade de vida no trabalho (5,8%)

Então, o que podemos fazer para diminuir o turnover e aumentar o engajamento das pessoas da organização?

Impactos do turnover

O Wrike constatou por meio de um estudo que, somente nos Estados Unidos, o turnover gera um gasto de quase 160 bilhões por ano nas empresas. 

Nesse montante, estão estimadas as horas de trabalho para se achar novas pessoas, o tempo de realização de testes e etapas de seleção, horas investidas em treinamentos, integrações internas e outros custos.

Ou seja, quando alguém sai da empresa, seja por vontade própria ou da organização, um risco importante é gerado.

Sem contar, o tempo que é gasto no processo.

E sei que há muitos profissionais de RH que têm feito brilhantes trabalhos para tornar suas empresas boas e desenvolvedoras o bastante para sanar algumas dessas questões. 

Mas, no geral, vejo muitas empresas que têm grandes desafios para oferecer experiências e motivos bons para “reter” as pessoas necessárias.

O que tem entre “ficar” e “sair”?

Nesses últimos anos, até mesmo grandes executivos que tinham benefícios e salários astronômicos largarem tudo para abrir o próprio negócio.

O isso quer dizer? Que é claro que podemos recorrer a artifícios como salários, novos projetos e novas posições mas, em geral, eles não garantem a presença de alguém no médio ou longo prazo. São soluções remediativas. 

Então, quais são os principais motivos que fazem as pessoas nossos quererem ficar? Inspirado em uma pesquisa da Forbes, destaco 3 fatores mais buscados pela força de trabalho:

1 – Aprendizagem contínua

Esse é um ponto importante, pois, na Era Exponencial, muitos trabalhos estão sendo automatizados e substituídos por máquinas.

Portanto, a aprendizagem contínua ou o tal do “lifelong learning” viraram uma grande vantagem competitiva.

Se os todos têm acesso às mesmas tecnologias, o grande diferencial são as pessoas. Mais do que nunca, é preciso investir no desenvolvimento das equipes!

Fica aqui reflexão: como sua empresa vai se destacar sem que as pessoas estejam preparadas para o futuro exponencial?

2 – Comprometimento e bem-estar

Esse é um termo amplo, mas que tem forte relação com a saúde física e mental. 

Como ter pessoas engajadas e que querem trabalhar em nossas empresas se não oferecemos condições mínimas de bem-estar e saúde?

Dá uma olhada nisso: no Brasil, estima-se que 5,8% da população sofre com depressão, o que coloca o país em 5° lugar com maior número de casos.  

É claro que saúde mental e física é uma questão que vai além das portas de nossas empresas. Envolve políticas públicas, educação, conscientização social e outros diversos pontos. 

Não podemos achar que saúde e bem-estar estão dissociadas do negócio, pois várias pesquisas mostram que não estão! Quanto mais seu ambiente corporativo for equilibrado, mais produtivo ele será!

E aí, o que sua organização tem feito para proporcionar bem-estar aos colaboradores? Como performance e equilíbrio são abordados em sua empresa?

3 – Trabalhar por um propósito

Por último e nem menos importante, as pessoas quererem trabalhar por um propósito!

Segundo a Exame, trabalhar por um propósito reduz até pela metade o risco de ser diagnosticado com doenças degenerativas, como Alzheimer, e também diminui o risco de desenvolver doenças do coração.

Além disso, pessoas que encontram um porquê em seus trabalhos são 5 vezes mais engajadas na área profissional!

Está mais do que na hora de falarmos de propósito, tanto no âmbito pessoal quanto corporativo. 

Por isso, sua empresa tem um propósito que engaja as pessoas? Elas são incentivadas a pensarem sobre por que fazem o que fazem? 

Turnover e engajamento andam lado a lado

Falar de turnover, engajamento e produtividade é muito mais profundo do que parece.

Estas questões persistem e retornam ano após ano. Então, é hora de você, RH e líder, atuarem juntos para despertar o senso de propósito, lifelong learning e bem-estar nas pessoas. 

Afinal, somos seres humanos e nossa performance, seja na vida pessoal ou profissional, está completamente atrelada à forma como nos sentimos e lidamos com nossas emoções. Concorda?

Espero ter ajudado!

Por Dan Porto, sócio-diretor e Head de Coaching e Mentoring da Crescimentum